Morre o intérprete Quinho do Salgueiro, famoso pelo samba ‘Explode, coração’

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O cantor Quinho do Salgueiro, uma das principais vozes do carnaval das escolas de samba, morreu no fim da noite dessa quarta-feira (3). A informação foi confirmada nesta quinta-feira (4) pela direção do Acadêmicos do Salgueiro, agremiação que ele defendia desde os anos 1990.

Como intérprete de samba de enredo, Quinho imortalizou a canção “Peguei um Ita no Norte”, famosa pelos versos “Explode, coração/ Na maior felicidade/ É lindo o meu Salgueiro/ Contagiando e sacudindo esta cidade”.

Nascido Melquisedeque Marins, Quinho tinha 66 anos. Ele enfrentava um tumor e, por causa disso, não interpretou o samba do Salgueiro no desfile de 2023. A doença causou problemas na voz do cantor.

A agremiação anunciou que a despedida a Quinho será com gurufim a partir das 15h às 20h na quadra do Salgueiro, em Andaraí. Gurufim é um ritual de despedida com música e canto para homenagear o falecido, comum em comunidades afro-brasileiras. Na sexta-feira (5), haverá velório a partir das 9h e sepultamento a partir das 13h, na Ilha do Governador.

Voz de desfile emblemático

Em 1993, com “Peguei um Ita no Norte”, Quinho foi campeão do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Em 2009, foi o intérprete do samba que conduziu o Salgueiro a seu último título.

Entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990, Quinho foi o puxador oficial da União da Ilha do Governador. Na agremiação, entoou sambas como “Festa Profana”, dos versos “Eu vou tomar um porre de felicidade/ Vou sacudir, eu vou zoar toda a cidade”.

“Quinho não apenas cantou para o Salgueiro; ele viveu e respirou cada nota, cada batida do coração acelerado da bateria. Ele personificou o espírito salgueirense, e sua ausência deixa um vazio indescritível. Hoje, não choramos apenas a perda de um grande artista; choramos a partida de um membro querido da nossa família”, lamentou o Salgueiro, em nota.

Além do Salgueiro e da União da Ilha, Quinho passou por escolas como Grande Rio, São Clemente e Acadêmicos de Santa Cruz. Em São Paulo, defendeu as cores do Rosas de Ouro e da Unidos do Peruche. Também passou por outros carnavais do país, como o de Porto Alegre (RS), onde chegou a ser puxador da União da Vila do IAPI.


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