O Cruzeiro já estabeleceu o teto salarial do clube para a próxima temporada: R$ 150 mil. A informação foi dada pelo CEO Vittorio Medioli. Com isso, os jogadores com vencimentos mais altos do elenco vão ter que se adequar a essa realidade ou procurar soluções judiciais para deixar o clube. Nessa quinta-feira (26) o núcleo dirigente transitório fez a terceira reunião desde que assumiu a direção.
“Vamos chamar os atletas e negociar. A nossa realidade é de Série B. Foi discutido o salário que podemos pagar aos atletas que estão aí. Se tem gente que ganha R$ 1 milhão e quer ficar com R$ 150 mil, ótimo. Se gostam da camisa do Cruzeiro, e rebaixam o salário ao máximo que podemos pagar, ótimo, podem ficar. Só que não podemos pagar algo que não temos”, disse Medioli.
Entre os maiores salários do Cruzeiro estão nomes como o do goleiro Fábio, dos laterais Edilson e Egídio, dos zagueiros Dedé e Leo; do volante Henrique; dos meias Thiago Neves, Rodriguinho e Robinho, e do atacante Fred.
“Nós temos uma imensa gratidão a atletas que estavam aqui há anos, mas não tem o que fazer. O sonho da irrealidade acabou. (Alguns atletas) querem ganhar a metade do salário que ganhavam, mas ainda assim pode ser algo que não temos. Temos que no próximo ano viver dentro de um orçamento de receita”, ressalta.
Conforme o presidente do Conselho Gestor, Saulo Fróes, a folha salarial terá que reduzir drasticamente: de R$ 15 milhões em 2019 para “no máximo” R$ 5 milhões. Medioli completa a informação prevendo um orçamento de R$ 80 milhões em 2020, contudo, nem todo dinheiro poderá ser usado com futebol.
Sem contratações
O Cruzeiro não deverá fazer contratações para o início da temporada, conforme Pedro Lourenço, proprietário da rede SupermercadosBH e também membro do núcleo dirigente transitório.
“Contratar não vamos contratar, porque não temos dinheiro e os jogadores já vão para quatro meses de salários atrasados. Os jogadores estão voltando, e nós temos compromisso que não sabemos nem como vamos fazer. Estamos reunidos aqui para tentar alguma criatividade e ver o que fazer. A situação do Cruzeiro não é apenas grave, é caótica”, disse.
Os salários atrasados contabilizam uma dívida superior a R$ 60 milhões.