“Manter sempre a esperança. A hora vai chegar”: Dilsão e a vida 7 anos após transplante de coração

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“Eu gosto sempre de repetir que o transplante salvou a minha vida. Não no sentido de ter um coração novo, mas de poder ver a vida de outra maneira e poder ajudar a outras pessoas. Incentivar que entendam que a doação pode ser um caminho para que as pessoas na fila de espera de órgãos possam voltar à vida normal”

Conversar com Dilson Borges, é uma oportunidade de compreender como a vida é valiosa. Durante entrevista ao Itatiaia.com, o professor da Faculdade de Educação Física e Desportos da UFJF, ligado ao Basquete, sempre teve uma vida ativa. No entanto, em 2016, o coração o colocou em xeque. Insuficiência cardíaca. A última possibilidade de tratamento era um transplante.

“Eu tinha algumas complicações cardíacas que partiram de arritmias e avançaram para uma insuficiência cardíaca. Eu perguntava para os médicos: por quê? Só tivemos a oportunidade de saber depois do transplante, porque foi possível fazer uma avaliação do órgão. Em algum momento, peguei uma infecção, que chegou até o coração que cresceu mais que o suficiente e foi perdendo a sua função”.

Dilsão recebeu o novo coração há 7 anos, em 11 de março de 2016, em cirurgia no Incor em São Paulo Foto Instagram/Reprodução

“Agradeço todos os dias”


Cinco meses na espera e o novo coração chegou. Sete anos depois, ele se tornou campeão dos Jogos Nacionais dos Transplantados e encara como missão manter sempre elevada a bandeira pela defesa da doação de órgãos, para que outras pessoas tenham a chance que ele recebeu.

“Eu agradeço todos os dias pela possibilidade que esta família me proporcionou e já tive momentos de querer conhecê-los, mas hoje em dia eu entendo que isso não é o mais importante. Tive a oportunidade de poder estar mais um tempo aqui a partir de uma doação, então isso é levado muito a sério”.

A cada seis meses, check-up no Incor em São Paulo. Todos os dias, muitos remédios. Em 2022, competiu nos Jogos Brasileiros dos Transplantados, mostrando que a vida, com cuidado e respeito, seguiu normalmente.

“Eu mirei a possibilidade de participar de competições esportivas dentro da minhas limitações, é claro, s a gente compete com a gente mesmo. Há um movimento da Associação Brasileira de Transplantados, de um estímulo aos transplantados de fazer uma atividade física, um esporte. Antes do transplante, eu tomava por volta de 20 comprimidos para sobreviver. Agora eu tomo os mesmos 20 comprimidos – outros remédios – mas para manter, Então é muito mais prazeroso tomar os comprimidos agora. É totalmente vida normal, a gente até se esquece no dia a dia que é transplantado”.

Esperança, sempre

Durante a entrevista no Itatiaia.com, Dilsão deixou duas mensagens. Uma para todas as pessoas que, como ele, aguardam um órgão para iniciar uma nova etapa na vida.

“É manter sempre a esperança de que aquilo que lhe está reservado vai chegar. Se chegar, acreditar na sua equipe de transplante, que eles são muito capacitados. O transplante é salvador”

A outra é um apelo em prol da doação aos familiares dos pacientes que podem salvar vidas.

“A unica maneira [de doar] é seus familiares estarem conscientes de que esse é o seu desejo. Na hora, eles tem que autorizar a doação de órgãos. No caso de uma doação de uma pessoa falecida pode salvar até oito vidas. Em um momento de dor, uma pessoa pode prolongar momentos de amor a outras famílias”.

Ouça a íntegra da entrevista de Dilsão ao Itatiaia.com

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