Construtoras terão que reparar danos ambientais em JF

Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) firmou dois Termos de Ajustamento de Conduta com empresas do ramo imobiliário, em Juiz de Fora.

Os alvos da ação são o Loteamento Terras Altas, entre os bairros Santo Antônio e Jardim Esperança; e o Residencial Park Marilândia, na Cidade Alta.

No Terras Altas, as questões judiciais corriam desde os anos 2000, quando a obra foi embargada pelo Ibama devido a intervenções em área de preservação permanente sem autorização. Segundo o MP, a construtora já havia pedido licença prévia para o loteamento, porém, iniciou as obras antes da concessão.

Pelo acordo atual, a empresa deve realizar, em 180 dias, novo pedido de aprovação para o loteamento. Também deverão doar ao município de Juiz de Fora área correspondente de mais de 161 mil metros quadrados (161.847,39) para a criação ou ampliação de uma unidade de conservação e a construção de um centro de educação ambiental. Caso o acordo seja descumprido, os compromissários serão multados em R$ 1 mil por dia.

O loteamento Terras Altas é de responsabilidade da empresa SLM em conjunto com a Cooperativa Habitacional do Bom Retiro Ltda. A reportagem tentou contato telefônico mas, até o fechamento desta edição, as ligações não haviam sido atendidas.

Na Cidade Alta, a questão foi um dano a uma área de nascente de 700 metros quadrados, no Residencial Park Marilândia, de responsabilidade da Inter Construtora. A perícia constatou que a intervenção resultou na perda de um olho dágua e há riscos para a fauna e flora local. Também foi constatado potencial de contaminação pela disposição de esgoto. Apesar dos danos, segundo o Ministério Público, as intervenções foram feitas com autorização do município.

Segundo o Ministério Público, a empresa buscou resolver a situação de forma consensual desde o início e se comprometeu a apresentar, em 180 dias, relatório identificando a fonte do esgoto, bem como análises da água e do solo para identificar possível contaminação. Também serão apontadas medidas e cronograma de adequação, além da reparação de danos ambientais mediante indenização de R$ 70 mil.

Em resposta à redação da Itatiaia, a Inter Construtora informou que possui todas as licenças e dispensas ambientais em projeto aprovado pela Prefeitura, e que foram tomadas medidas para drenagem do solo. Em contrapartida à avaliação pericial do Ministério Público, a construtora afirma que firmou a parceria par restaurar seis nascentes na região da represa, com o apoio da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMA).