Os ônibus estão parados nesta manhã de quarta-feira, 8, por conta de uma manifestação de motoristas e cobradores. O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo (Sinttro), Claudinei Janeiro, explica os motivos da paralisação.
Um dos pontos indefinidos é o destino de 198 funcionários lotados na empresa Gil que, com a transferência das linhas, foram realocados para a empresa ANSAL e devolvidos à Gil. Segundo o sindicato, eles permanecem sem escala e com salários comprometidos.
O movimento teve início por volta de 8h15 da manhã. Os coletivos estão parados, em fila dupla, na pista central destinada aos ônibus da Avenida Rio Branco até a Av. Getúlio Vargas.
Ainda segundo o sindicato, os carros não bloqueiam os cruzamentos, o que garante o tráfego dos veículos de passeio.
Nesse momento, a diretoria do Sindicato está reunida na Settra, com representantes da pasta e empresários do setor, a fim de resolverem o impasse.
Notas
A empresa Gil emitiu nota na qual explica que a cessão de linhas foi feita em dezembro do ano passado e que foi feito um acordo no qual a Ansal se responsabilizaria pelos funcionários. De outro lado,a Gil teria um período de transição para cuidar das rescisões contratuais, fato que foi prejudicado pela pandemia,já que a empresa alega que passou a enfrentar dificuldades financeiras e a transição passou a ser gradual.
Ainda segundo a nota,no dia 15 de junho, a Ansal, por decisão unilateral, determinou que os empregados voltassem para a garagem da Gil, onde não tem função,por conta da redução das linhas.A nota informou que alguns dos empregados tem vínculo com a Ansal.
NOTA OFICIAL DA ANSAL
Após a manifestação ocorrida no dia 08 de julho de 2020, quando colaboradores da empresa GIL interromperam a operação de transporte urbano em Juiz de Fora, em virtude do não recebimento de seus salários, a empresa Ansal, líder do Consórcio Via JF, participou de alguns fóruns com a presença de autoridades da Settra, Ministério do Trabalho e Emprego, do Sindicato que representa a classe e representante da própria GIL, para tentar viabilizar alguma forma de retomar a operação. Após incansáveis discussões, a GIL se opôs à todas as possibilidades levantadas no fórum, o que pode ser confirmado por qualquer das partes envolvidas. Desta forma, a Ansal está buscando mais algumas alternativas para que os trabalhadores não fiquem desamparados.
Tudo teve início em 23 de dezembro de 2019, quando a Ansal assumiu algumas linhas, que pertenciam a GIL. Esta última se comprometeu a rescindir os contratos com os colaboradores de tais linhas, que passariam para a Ansal, efetuando os pagamentos correspondentes a essas rescisões, para que os mesmos fossem, posteriormente contratados pela Ansal, que ficaria definitivamente responsável pelos mesmos. Porém, a GIL não cumpriu o que ficou acordado.
Em razão disso, a transição dos colaboradores demorou mais do que o esperado pela Ansal e que tinha sido pactuado entre as partes. A Ansal cobrou, insistentemente, da GIL, que cumprisse o acordo, mas nenhum esforço teve sucesso, pois a GIL alegou não ter recursos para efetuar o pagamento das rescisões.
A GIL havia assumido os funcionários devolvidos à ela pela Ansal, para serem incluídos em sua folha de pagamento, conforme, inclusive, uma matéria, esclarecendo esse fato, que foi publicada pela Tribuna de Minas, no dia 16/06/2020.
Sendo assim, para garantir a continuidade dos serviços, os representantes da Ansal foram até a Av. Getúlio Vargas e ficaram até meia noite negociando com os trabalhadores e assumiram a responsabilidade de pagar os 30%, que é de direito desses trabalhadores e que a empresa GIL não quis assumir! Com isso foi reestabelecido, na data de hoje, todo o atendimento no transporte coletivo do município. Juiz de Fora, 09 de Julho de 2020.
foto: divulgação / Sintro