Primeiro transplante simultâneo de pâncreas e rins é realizado em Juiz de Fora

“Vivemos esperando dias melhores…”


Esse foi o relato de Diogo de Souza Bernardes, de 30 anos, que recebeu transplante de pâncreas rim simultaneamente. E o primeiro desejo após o processo é um dos mais simples e não faz desde 2013; beber uma garrafa de água.

“Dias melhores pra sempre…”

Esses versos da música “Dias Melhores” do Jota Quest encaixaram muito bem nesse momento da vida de Diogo. Diagnosticado com diabetes tipo 1 desde um ano de vida. Em 2013, a doença ocasionou deficiência nos rins e teve de iniciar hemodiálise, entrando na fila de transplantes. Devido ao fato, ele teve de largar o emprego de cobrador.

No último dia 12, Diogo recebeu transplante simultâneo de pâncreas e rim, tendo a doença curada. No momento, está em observação e pode ter alta no final de semana.

O processo foi realizado na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, sendo o primeiro da cidade e região. O hospital recebeu o credenciamento do Ministério da Saúde para realizar esse tipo de transplante em 2017. Para o cirurgião geral Gláucio Souza, a agilidade na dinâmica do transplante fez a diferença para ser bem sucedida. “O tempo é decisivo, quanto menos tempo se gasta, maior é a chance de sucesso”, Ressalta.

Todo o processo, que contou com ajuda da Polícia Militar para buscar os órgãos em Muriaé, durou pouco mais de 9h.

Segundo o coordenador da Unidade de Prática Integrada de Transplante, Gustavo Fernandes Ferreira, a partir de agora, a unidade é a segunda a realizar esse tipo de transplante no Estado e passa a ser referência no país. Além disso, a estrutura que a unidade disponibiliza é importante em todo procedimento.

O primeiro transplante realizado na Santa Casa foi de rim, em 1983. Hoje, tem habilitação para a realização de transplante de rins, fígado, pâncreas e córneas. Em 2008 se iniciou o transplante de córneas e em 2017, de fígado, que também foi o primeiro de Juiz de Fora e região.

Confira mais na matéria em áudio, com Joubertt Telles