Quase por aclamação, o baiano Ednaldo Rodrigues foi eleito nesta quarta-feira como novo presidente da CBF. No cargo de forma interina desde agosto do ano passado, ele recebeu 26 votos das federações, 20 dos clubes da Série A e 19 dos clubes da Série B. A federação alagoana e a Ponte Preta foram os únicos que não votaram.
Tão logo foi confirmada a votação, Ednaldo discursou como presidente. “Queremos virar a página da CBF, a página triste”, afirmou o novo mandatário da entidade. “Nós queremos agora abrir uma nova jornada no futebol brasileiro.”
Apesar da votação quase unânime, o pleito não foi exatamente tranquilo, o que tem sido comum em tudo o que envolve o poder na CBF nos últimos anos. Antes do início, o ex-vice-presidente Gustavo Feijó tomou a mesa montada para uso da comissão eleitoral e tentou impedir a votação. Ele alegou que a assembleia não poderia ser realizada devido a uma decisão judicial.
A ação citada corre na 1ª Vara Cível de Maceió (AL), que na tarde de terça suspendeu a Assembleia Geral Eleitoral – e que foi protocolada pelo próprio Feijó. Ligado a Marco Polo Del Nero, o ex-vice-presidente fez ampla movimentação nas últimas semanas para tentar se manter na cúpula da entidade, com ações no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, agora, na Justiça de Alagoas.
Apesar disso, a CBF seguiu seu cronograma. Há na entidade a certeza de que a suspensão do pleito decretada pela Justiça de Alagoas será derrubada, uma vez que aquele juízo não se trata do foro adequado para ações envolvendo a entidade – o estatuto da CBF determina que as ações envolvendo as regras da entidade devem ser discutidas no Foro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Indignado, Gustavo Feijó saiu irritado do auditório. “Será que vamos manter a casa (CBF) descumprindo todas as decisões judiciais e desrespeitando o Código de Ética, o estatuto e a própria Lei Pelé? É inaceitável uma coisa dessas!”, reclamou.
Eleito, Ednaldo prometeu mudanças na CBF a partir de agora. “Não vamos sair numa caça às bruxas, mas vamos melhorar o futebol brasileiro”, comentou. Entre as mudanças, prometeu não se opor à criação de uma liga de clubes e a venda de um helicóptero que está em nome da entidade e que é visto como regalia.