Como conversar com os filhos sobre ataques nas escolas? Especialistas dão dicas

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Por Célio Ribeiro / Itatiaia

Um ataque com quatro crianças mortas em uma escola de Blumenau (SC), uma tentativa de ataque com três pessoas feridas em um colégio de Manaus (AM) e dezenas de ameaças falsas, tudo isso em menos de uma semana.

Como conversar com os filhos sobre os últimos casos de violência no ambiente escolar?

O conselho dado pelas duas especialistas ouvidas pela Itatiaia é “serenidade”.

Para Fernanda Sobreira, psicopedagoga e presidente da Associação Pró Educação Infantil MG (Apei), os casos de violência nas escolas são “horrorosos”, mas devem ser vistos como “exceções dramáticas” e não como casos recorrentes.

“Não devemos fazer disso uma obsessão nem criar pânico prejudicial. Os pais precisam se tranquilizar e tranquilizar os filhos, combater a proliferação de notícias falsas e confiar nos órgãos responsáveis que já estão agindo. Não podemos dar palco, dar ainda mais dimensão para esses casos.”

Confiança nas escolas

A confiança nas escolas também é defendida por Renata Gazzinelli, diretora de relacionamento e mercado do Bernoulli Sistema de Ensino.

A psicopedagoga defende que os pais conversem primeiro com as autoridades escolares antes de falarem sobre o assunto com os filhos.

“Quem escolhe a escola é a família e não o contrário. Se a família escolheu determinado colégio, foi por alguns motivos, e um deles provavelmente foi segurança. Em casos de dúvida, os responsáveis devem buscar entender quais métodos de segurança que a escola adota. Assim, os pais não passam medo ou temor para os filhos, mas sim algo concreto.”

Renata defende que os responsáveis tenham um diálogo adequado com a faixa etária do filho. No caso daqueles mais velhos, é bom explicar que eles confiam nas escolas e que os casos de violência recente são fatalidades que não tornam o ambiente escolar inseguro.

Portanto, o cuidado com a conversa deve ser dobrado para evitar mais traumas em jovens que já ficaram mais de dois anos isolados em casa por conta da pandemia da covid-19.

Redes sociais

Nos últimos dias, uma suposta “lista do massacre” circulou nas redes sociais.

A publicação, que inclui escolas de Minas Gerais, foi excluída pelo Tik Tok e é investigada pelo Ministério Público. As duas especialistas defendem que os responsáveis monitorem a atividade dos filhos na internet de perto. Para Renata Gazzinelli, muitos pais têm uma falsa segurança em relação às redes sociais.

“A geração passada tinha a chave de casa, a atual tem a chave do mundo. Muitos pais são negligentes, acham que os filhos estão seguros no quarto e inseguro na rua. Às vezes é até o contrário, os perigos na internet são muito reais. Eu defendo que os pais administrem os perfis dos filhos e conversem sobre o tema. Eu digo que a melhor rede social é a mesa de jantar.”

Renata também pede para que os pais abram os olhos para “pequenos delitos” que os filhos podem cometer nas redes sociais. Para ela, atos aparentemente inofensivos são sinais que devem ser observados e corrigidos.

“Tem jovem que vende gabarito de prova e outras coisas que não deveriam ser vendidas. São atos antiéticos. Muitas vezes os pais se preocupam com casos de violência registrados lá longe e não percebem os filhos se corrompendo com coisas pequenas”.

Dicas para os pais

Enfim, confira algumas dicas que podem ajudar você, pai ou responsável, a conversar com seus filhos sobre os recentes casos de violência e ameaças no ambiente escolar:

  • Conversar com as escolas e entender as medidas de segurança tomadas;
  • Confiar nos órgãos responsáveis;
  • Tranquilizar os filhos sobre os casos de violência;
  • Monitorar a atividade dos jovens nas redes sociais;
  • Evitar a exposição a notícias violentas e fake news.

Por Célio Ribeiro / Itatiaia


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