A Prefeitura de Juiz de Fora instaurou um comitê de crise para discutir a possível partilha de agulhas durante feira de ciências realizada no sábado, 23, na Escola Municipal Arlette Bastos.
O comitê de crise deve formalizar uma sindicância sobre o caso. A informação foi repassada pelo presidente do comitê, o jornalista Ricardo Miranda, que também é Secretário de Comunicação da Prefeitura de Juiz de Fora.
Segundo ele, o protocolo de sindicância vai definir as responsabilidades na apuração do caso, entre elas, se havia presença de um professor no momento em que as agulhas foram compartilhadas.
Compartilhamento de agulha
O fato ocorreu durante realização de testes de glicemia e envolvia adolescentes da turma, com idades de 13 e 14 anos, além da comunidade em geral.
Uma aluna teria relatado à mãe que havia compartilhado uma agulha, com isso, a escola foi alertada e pais avisados sobre o fato.
Ainda segundo os adolescentes, não havia acompanhamento de profissionais de saúde durante a atividade e, em dado momento, alunos também não estariam acompanhados por professores responsáveis, o que permitiu o compartilhamento das agulhas durante testes de glicemia.
A escola alertou os pais e o fato gerou correria ao Hospital de Pronto Socorro e ao Centro de Testagem e Aconselhamento, por pais e adolescentes em busca de profilaxia contra doenças sexualmente transmissíveis, que devem ser tomados em até 72 horas após uma possível contaminação. Segundo o comitê, até esta terça, 84 pessoas haviam feito o teste, com resultado negativo.
Segundo denúncia de pais, a alta procura fez com que medicamentos tivessem acabado no HPS.
A Polícia Civil vai investigar o uso compartilhado de agulhas. Segundo a delegada responsável pelo caso, Ione Barbosa, já foi aberto inquérito na 4ª Delegacia de Polícia Civil e as diligências estão em andamento.
Nesta quarta-feira, 27, a polícia ouve as pessoas envolvidas e uma coletiva de imprensa será realizada na tarde desta quinta-feira, 27.
Secretaria de Saúde
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que foi adotada estratégica de encaminhar os pacientes para o Centro de Testagem e Aconselhamento. Um veículo do Serviço de Transporte Inter Hospitalar foi disponibilizado para fazer o transporte das famílias. No local, os pacientes foram atendidos por uma equipe multidisciplinar, composta por médico, enfermeiro, assistente social e psicólogo, a fim de sanar todas as dúvidas sobre o tratamento. Ainda segundo a pasta, não falta do medicamento antirretroviral na rede SUS de Juiz de Fora.
O comitê já se reuniu com profissionais da escola e vai ouvir todos os professores envolvidos no projeto, diretora, alunos e pais.