Mais de oito milhões de beneficiários serão afetados pelo aumento dos planos de saúde brasileiros. Esse número representa 15% dos 51 milhões de consumidores de planos de assistência médica no Brasil.
Nesta terça-feira (4), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um reajuste de, no máximo, 6,91% em todos os planos de saúde individuais ou familiares regulamentados (contratados após 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98).
A decisão ainda será publicada no Diário Oficial da União e o reajuste poderá ser aplicado pela operadora no mês de aniversário do contrato, ou seja, no mês da data de contratação do plano. Para os contratos que fazem aniversário em maio e junho, a cobrança deverá ser iniciada em julho ou, no máximo, em agosto, retroagindo até o mês de aniversário do contrato.
Veja o exemplo abaixo:
Por que vai aumentar?
Segundo a ANS, o valor final do plano de saúde é impactado por fatores como a inflação, o aumento ou queda da frequência de uso do plano de saúde e os custos dos serviços médicos e dos insumos (produtos e equipamentos médicos, por exemplo).
O órgão ressalta que as despesas assistenciais tiveram um crescimento de 10,16% por pessoa nos planos individuais regulamentados em 2023, se comparado a 2022. A variação reflete no aumento dos preços dos serviços e insumos de saúde, além de um aumento no padrão de consumo dos serviços de saúde.
Para chegar ao percentual de 2024, de 6,91%, a ANS utilizou a mesma metodologia de cálculo que vem sendo aplicada desde 2019, que combina a variação das despesas assistenciais com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“O índice definido pela ANS para 2024 reflete a variação das despesas assistenciais ocorridas em 2023 em comparação com as despesas assistenciais de 2022 dos beneficiários de planos de saúde individuais e familiares. Quando falamos de planos de saúde, a variação de despesas está diretamente associada à variação de custos dos procedimentos e à frequência de utilização dos serviços de saúde”, explica o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.
Veja o histórico dos reajustes
Em 2023, os planos foram autorizados a aplicarem um reajuste nos preços de, no máximo, 9,63%. No ano anterior, em 2022, o limite foi estabelecido em 15,5%, o maior valor desde o início da série histórica, em 2000.
O ano de 2021 foi o único que registrou um recuo nos reajustes anuais dos planos de saúde. Isso aconteceu devido a pandemia da Covid-19, que fez com que houvesse uma queda no uso de serviços médicos, como o adiamento de cirurgias e exames.
O índice de 2024, de 6,91%, é o menor desde 2010, se excluído o ano de 2021.