Presidente da Santa Casa é afastado do cargo após operação do Ministério Público

O Ministério Público determinou o afastamento imediato do presidente da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Renato Villela Loures, após a Operação No Mercy, que investiga desvio de cerca de 8,5 milhões de reais. As investigações também cumpriram mandado de busca e apreensão contra a filha e genro de Renato, Moema Falci Loures e Fábio Gonçalves Cardoso; e contra a arquiteta Nathália Pereira Reis Pinto, conforme consta no processo ao qual a Itatiaia teve acesso.

Segundo o processo, Renato Loures favorecia a si próprio e à sua filha e genro ao contratar as empresas IMAGINAL Arquitetura e Urbanismo Ltda, Arto Construção e Incorporação Ltda e IMMA Desenhos e Arquitetura Ltda para prestação de serviços de arquitetura e design de interiores no hospital, sem cotar com outros profissionais e empresas. Além disso, o processo aponta que o presidente teria alugado um imóvel de sua propriedade – localizado na Avenida Rio Branco, 3497 – para a Santa Casa de Misericórdia, com sobrepreço e desvio de recursos dos faturamentos de Autorizações de Internações Hospitalares/SUS, realizando o pagamento em favor de si próprio e, por sua própria determinação, de honorários médicos sem a necessária contraprestação laboral.

A reportagem da Itatiaia tentou contato com a assessoria de comunicação do hospital, que ainda não se manifestou sobre o afastamento.

Como a Itatiaia já informou, a Operação No Mercy foi deflagrada nesta quinta-feira. Segundo o Ministério Público, as investigações começaram a partir de denúncias que reportavam favorecimentos pessoais e desvio de recursos públicos e privados na área de saúde. Os mandados foram cumpridos em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro.

Em nota sobre a operação, a assessoria da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora informou que a instituição já vinha colaborando com as investigações do Ministério Público e continuará a fazê-lo, mantendo a postura de transparência que sempre foi adotada pelo hospital.