Vigilância Aproximada: PF cumpre mandados em Juiz de Fora e São João del-Rei em operação sobre espionagem ilegal na Abin

Juiz de Fora e São João del-Rei, em Minas Gerais, estão na rota da operação “Vigilância Aproximada” deflagrada nesta quinta-feira (25) pela Polícia Federal. As equipes cumprem mandados de busca e apreensão contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa que se instalou dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A investigação tem como um dos alvos o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que presidiu a agência à época e seria responsável por conduzir um esquema de espionagem ilegal de autoridades e adversários políticos do governo.

Os dois mandados cumpridos em Minas Gerais são na região: um em Juiz de Fora, na Zona da Mata e o outro em São João del-Rei, no Campo das Vertentes. Não foram divulgadas informações sobre os locais e com quem estão relacionados.

No total, são 21 mandados de busca e apreensão, incluindo ainda um no Rio de Janeiro (RJ) e 18 em Brasília (DF). Na capital federal, as equipes estiveram dentro do gabinete de Ramagem, no Congresso Nacional, e no apartamento funcional da Câmara, que ele ocupa em Brasília.

Ainda nesta mesma operação, a Polícia Federal também informou que sete agentes da própria corporação e que são suspeitos de terem integrado o esquema de monitoramento ilegal foram afastados do cargo preventivamente.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Espionagem ilegal

Segundo as investigações, o esquema ilegal de espionagem envolvia o uso de um software israelense chamando “FirstMile”, capaz de obter dados de geolocalização em dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem autorização judicial e sem o conhecimento de quem estava sendo monitorado.

A operação “Vigilância Aproximada”, e é um desdobramento da operação “Última Milha”, iniciada em outubro de 2023 para investigar o suposto uso criminoso deste software “FirstMile” dentro da Abin.
Até o momento, o deputado ainda não se pronunciou sobre o caso.