A partir de 2025, a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), no Campo das Vertentes, vai reservar vagas para pessoas trans.
A novidade, que foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário (CONSU), divulgada nessa terça-feira (26) e começará a ser implementada no Sisu do ano que vem. Conforme a instituição, a política de ação afirmativa tem como objetivo ‘promover inclusão e combater a marginalização enfrentada por essa população’
“A proposta é um marco na busca por uma universidade mais inclusiva e igualitária”, destacou a pró-reitora Rejane Correa da Rocha.
O pró-reitor adjunto, José Luiz de Oliveira, explica que iniciativa reserva 2% das vagas de ampla concorrência para pessoas trans, representando 53 novas oportunidades por ano. “Trata-se de um avanço nos direitos humanos e na democratização do acesso ao ensino superior”, avaliou.
A reserva de cotas para pessoas trans provoca debate ente internautas que seguem o perfil da UFSJ no Instagram. “É incrível ver pessoas trans conquistando espaço na universidade! Considerando os desafios que muitas enfrentam, a marginalização, muitas expulsas de casa e tantas outras injustiças que sofrem, ações afirmativas fazem toda a diferença para promover inclusão e igualdade. Que bom ver essa mudança acontecendo”, comentou um estudante.
“Poderiam ter diversas cotas, é uma boa iniciativa, o problema é que não aumenta o número de vagas pra cotistas em geral. Quem é ampla concorrência continua com 50% das vagas, quem é de escola pública, baixa renda, que provavelmente vai ser prejudicado com a diminuição do número de vagas. Entre os 50% delas, são picotadas em várias modalidades e no final poucas vagas para cada uma.. se é inclusão? Não me parece”, escreveu outra.
A maioria dos comentários é a favor da reserva. “Viva a democracia! Apagando comentários contrários!”, questionou.
Autodeclarar
Conforme divulgado pela UFSJ, para concorrer às vagas, é necessário ter cursado o ensino médio em escola pública, se autodeclarar pessoa trans e apresentar um memorial descritivo. “A avaliação será feita por uma comissão composta por representantes discentes, docentes e técnicos administrativos. Além disso, a Divisão de Assistência e Ações Afirmativas (DIAAF) avaliará a vulnerabilidade socioeconômica dos candidatos, levando em conta renda familiar e outros critérios. A medida coloca a UFSJ como a segunda universidade mineira a adotar cotas trans, ao lado da Universidade Federal de Lavras”, diz a nota.