‘SMS dos Correios’: saiba como evitar golpe que cobra taxa para liberar encomendas internacionais

Golpistas têm enviado mensagens via Whatsapp e SMS, se passando por funcionários dos Correios, para cobrar uma taxa de liberação de uma suposta compra internacional retida na alfândega.

A mensagem contém um link que, ao ser acessado, redireciona o usuário para um site falso, semelhante à página oficial dos Correios, onde há um número de rastreio informando sobre o pedido retido na alfândega. Para a suposta liberação, a página pede dados pessoais e bancários da vítima, além de um pagamento.

Se a vítima, por acaso, tiver feito compras recentemente em sites do exterior, pode acreditar se tratar de sua entrega, e acaba caindo no golpe.

Os links falsos são diversos, mas o conteúdo da mensagem é sempre o mesmo. Em algumas mensagens do golpe, o link enviado redireciona para sites como “rastreios taxa”, “rastreios br” ou “correios taxa”.

Como se proteger deste golpe

Mensagens falsas ou spams são enviados diariamente por SMS, e-mail ou por ligação, afirma o advogado especialista em processo civil André Luis Silveira Bezerra. “O ideal para se proteger desse golpe é sempre ter um antivírus instalado no celular e um bloqueador de números considerados nocivos. O mais importante é sempre desconfiar de um eventual pedido de dinheiro.”

O advogado alerta que se o consumidor realizou uma compra internacional e já efetuou todos os pagamentos do produto, tributos e fretes, não há valores adicionais para liberação na alfândega. Ainda assim, o ideal é checar a veracidade da fonte das mensagens.

“É importantíssimo que o consumidor verifique as mensagens recebidas e se de fato são de números oficiais dos Correios. Na dúvida, não clique e verifique no site dos Correios os canais usados para comunicação.”

Além disso, Bezerra ressalta que é preciso que o consumidor guarde o código de rastreio do pedido disponibilizado após o envio do produto. Com ele, é possível verificar desde quando o objeto saiu do país de origem até quando chegou ao destinatário.

Para quem caiu no golpe dos Correios, o advogado orienta que o primeiro passo é realizar um Boletim de Ocorrência para formalizar a denúncia da ocorrência do crime. Feito o boletim é importante denunciar o ocorrido nos canais telefônicos da Ouvidoria dos Correios que estão disponíveis no site oficial.

Resposta dos Correios

Em nota, a equipe dos Correios afirmou que assim que teve conhecimento das tentativas de golpe, a Polícia Federal foi acionada. Também foi reforçado que a empresa não entra em contato por WhatsApp com os clientes. A orientação é usar sempre o site oficial dos Correios para checar o andamento das compras.

Os clientes podem verificar no site dos Correios quais tipos de mensagens são verdadeiras.

No caso de mensagens enviadas por SMS, os Correios afirmam que estas sempre irão direcionar o consumidor para o site da empresa; ou para o aplicativo oficial.

Vale ressaltar, também, que os aplicativos de compras internacionais como AliExpress, Shopee, Shein, Mercado Livre, Amazon, dentre outros, possuem formas de rastreamento próprias.

O cliente deve buscar informações no site oficial dos Correios, nas redes sociais da estatal ou na Central de Atendimento pelos números 3003-0100 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 725 7282 (demais localidades); ou utilizar o Fale Conosco, no site dos Correios.

É possível reaver o dinheiro perdido no golpe?

De acordo com o advogado, é possível reaver o dinheiro perdido no golpe, mas é necessário agir rápido. Feito o Boletim de Ocorrência, o próximo passo é entrar em contato imediatamente com a instituição financeira.

“É necessário explicar o ocorrido, entregar o boletim de ocorrência e solicitar o imediato estorno do valor pago. É interessante que o contato com o Banco seja feito no mesmo dia para ter a possibilidade de reaver o valor. Caso tenha feito um pix agendado, é possível cancelar o agendamento pelo aplicativo ou entrando em contato com a instituição financeira. Por fim, caso o valor tenha sido transferido por erro do Banco, é possível ajuizar uma ação para reaver os valores”, afirma André Luis.