Fórum Técnico População em Situação de Rua
Nesta terça, dia 24, e quarta-feira, 25, será realizado em Juiz de Fora o encontro regional do Fórum Técnico População em Situação de Rua, que discutirá propostas da Zona da Mata relacionadas ao tema.
Na terça-feira, participantes se reúnem a partir das 14h30, no Centro de Referência de Direitos Humanos do bairro Vitorino Braga. Em pauta, roda de conversa com pessoas que estão ou já estiveram em situação de rua.
Já na quarta, será a vez de discussões em grupos de trabalho. A programação se estende por todo o dia, no Museu do Crédito Real.
O fórum é promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais e parceiros. O objetivo é colher sugestões para ajudar na implementação da política estadual criada por lei para a população em situação de rua.
As propostas que forem discutidas e aprovadas em Juiz de Fora poderão ajudar a concretizar a implementação da Política Estadual para a População em Situação de Rua, instituída pela Lei 20.846, de 2013. A etapa final do fórum será em junho, em Belo Horizonte.
A etapa de interiorização ainda integra as cidades de Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Uberlândia (Triângulo Mineiro), Montes Claros (Norte de Minas) e Ipatinga (Vale do Aço).
Situação em Juiz de Fora
E justamente a situação da população de rua que está tirando o sono de moradores e comerciantes de bairros da cidade. No Bairro São Mateus, comerciantes da Rua Padre Café ouvidos pela reportagem da Itatiaia relataram que passam por problemas devido aos moradores de rua, que ficam na esquina da via com a Avenida Presidente Itamar Franco.
Eles disseram que perderam clientes porque a população em situação de rua realiza abordagem pedindo algo e tenta assaltar, além de brigar entre eles na rua, fazer uso de drogas e, até, casos de prostituição são registrados.
Devido a essas situações, tem comerciante que vai mudar de local. É o caso da empresária Ana Cristiane Amaral Wolff, do Fruto de Goiás. “Atrapalha muito as vendas e daqui dois meses vamos mudar, Porque não tem condição, como ficar com a porta aberta até às 21h?”, indaga.
No último sábado, dia 21, um amontado de lixo, onde ficam os moradores em situação de rua, pegou fogo e incendiou parte da estrutura da Caixa Econômica Federal. O Corpo de Bombeiros controlou as chamas, e a agência teve a persiana, o letreiro e vidro danificados.
Já no Bairro Poço Rico cresceu a população em situação de rua, segundo o presidente da Associação de Moradores, Alexandre Reis. Alexandre explica que esses moradores de rua ocupam diversas áreas do bairro e, além de deixarem sujeira, tem usuários de drogas inseridos no meio deles. Ocuparam demais o bairro inteiro, na Rua da Bahia estamos até chamando de mini cracolândia e o problema são os meliantes que estão infiltrados no meio deles”, conclui.
Sobre essas questões, a Polícia Militar (PM) informou que não compete à corporação solucioná-las porque é uma questão social e fica a cargo de responsabilidade de outros órgãos.
A Secretaria de Desenvolvimento Social informou que possui ações e equipamentos voltados para a população em situação de rua. A Abordagem Social realiza busca ativa e por demanda de pessoas em situação de rua todos os dias da semana. Segundo o órgão eles só serão encaminhados caso aceitem. A referência dia para as pessoas em situação de rua é o Centro Pop.
A Secretaria alegou ainda que o trabalho dos abordadores é constante e as ações acontecem durante todo o mês nos pontos de maior incidência de pessoas em situação de rua.
Em nota, a Caixa informou que as informações sobre eventos criminosos em suas unidades são repassadas exclusivamente às autoridades policiais. A Caixa informa ainda que a agência Padre Café (MG) está funcionando normalmente, com todos os seus serviços disponíveis à população.
Ouça a matéria na íntegra com Joubertt Telles