Polícia Federal conclui que Adélio agiu sozinho em atentado contra Bolsonaro

Um novo inquérito será instaurado.

A Polícia Federal (PF) descartou a participação de terceiros no atentado contra o candidato Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora.

O relatório final do primeiro inquérito foi entregue nesta tarde de sexta-feira, 28, na 3ª Vara da Justiça Federal.

A reportagem da Itatiaia na Zona da Mata teve acesso ao documento.

Trecho do Relatório Conclusivo.

Em interrogatório, Adélio Bispo alegou à polícia que ele agiu por motivações de ordem religiosa e política. Alegou ter sido filiado ao PSOL e que projetos de sua autoria teriam sido apropriados por alguns políticos e também descartou o recebimento de auxílio de terceiros para praticar o ato.

Ainda segundo o relatório, as hipóteses de envolvimento de outras pessoas não foram confirmadas. Segundo a Polícia Federal, foram analisados mais de 2 terabytes de arquivos de imagens, com mais de 150 horas de gravação captados de câmeras de segurança de bancos e comércios de Juiz de Fora, além de fotos e vídeos de redes sociais. Foi verificado que Adélio esteve junto a Bolsonaro desde o início da caminhada e que teve acesso ao hotel em que o político almoçou com empresários antes do ato público.

As quebras de sigilo bancário também não demonstraram movimentação financeira diferente da condição do agressor.

Os dados apurados dos aparelhos celulares também eram irrelevantes, segundo a PF. A investigação teve acesso a mais de 6 mil comunicações de mensagens instantâneas e 106 mensagens de e-mail.

Adélio Bispo foi enquadrado no artigo 20 da lei de Segurança Nacional, por praticar atentado pessoal por inconformismo político. A pena é de 3 a 10 anos de reclusão e pode ser dobrada em caso de lesão corporal grave.

A Polícia Federal instaurou um novo Inquérito Policial com o objetivo de apurar mais circunstâncias do fato, principalmente no que condiz à participação de terceiros.