Ministério Público vai acompanhar investigações sobre tiroteio

A operação apreendeu R$ 14 mil em notas falsas.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) designou uma equipe para acompanhar as investigações sobre o tiroteio entre policiais civis mineiros e paulistas, que ocorreu em Juiz de Fora na última sexta e deixou um policial morto, Rodrigo Francisco, de 37 anos, lotado na cidade da Zona da Mata.

O ato assinado pelo procurador-geral de Justiça, Darcy de Souza Filho, foi publicado nesta terça-feira, 23, no Diário Oficial Eletrônico do MPMG.

A equipe será formada pelos promotores de Juiz de Fora Juvenal Martins Folly e Cleverson Raymundo Sbarzi Guedes; pela procuradora de Justiça Cássia Virgínia Serra Teixeira Gontijo, que é coordenadora do Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), além de outros dois promotores integrantes do grupo: Rodrigo Gonçalves Fonte Boa e Luiz Felipe de Miranda Cheib.

Seis policiais civis de São Paulo estão presos por lavagem de dinheiro; um empresário, que segue internado em estado grave, responde por homicídio; e os policiais civis mineiros envolvidos seguem em liberdade, mas responderão por prevaricação.

Internado

Continua internado em estado grave, na UTI do Hospital Monte Sinai, o empresário paulista da área de segurança privada, Jerônimo da Silva Leal Júnior. Segundo o hospital, o quadro é estável.

Ele responde pelo homicídio do policial civil mineiro Rodrigo Francisco, de 37 anos, morto na última sexta durante troca de tiros em Juiz de Fora. A Itatiaia teve acesso ao documento da audiência de custódia.

O caso

O fato causa muita duvida do que realmente aconteceu no local. Há versões por parte dos envolvidos de São Paulo a Corregedoria da Polícia Civil do Estado vizinho, porém a Polícia Civil mineira não confirma.

Segundo informações que constam no documento da audiência de custódia, que existem fortes indícios de que todos os envolvidos tinham conhecimento da “negociação” e a falsidade das notas. Além disso, segundo o documento, há informações de que o veículos em que estavam os policiais mineiros foi visto e fotografado pelos policiais paulistas parado em frente ao hotel em que estavam hospedados, na manhã do dia dos fatos, o que poderia afastar  a alegação de terem agido para averiguação do que estava ocorrendo no estacionamento do hospital, no exercício das suas funções e não da segurança de Antônio Vilela.

O documento consta ainda que, ao que se presume, o “desacerto”, ocorreu depois que negociantes de São Paulo detectaram a falsidade do dinheiro.

Devido a complexidade dos fatos, segundo o documento, é necessário mais esclarecimento e de forma isenta.

Quatro policiais civis paulistas tiveram a prisão preventiva decretada e foram encaminhados para a Penitenciária Nelson Hungria. Respondem, por lavagem de dinheiro, os investigadores paulistas Caio Augusto Freitas Ferreira de Lira e Jorge Alexandre Barbosa de Miranda; além dos delegados Bruno Martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa.

O sexto envolvido é o suposto comerciante identificado como Antônio Vilela, que seria o dono de aproximadamente R$ 14 milhões em notas falsas. Ele ficou ferido no pé, teve alta e foi encaminhado para o Ceresp de Juiz de Fora.

Ainda não foi esclarecida a participação dos policiais mineiros na cena do crime. Eles respondem em liberdade, pelo crime de prevaricação.