A carnavalesca Rosa Magalhães, a dama do Carnaval do Rio, morreu aos 77 anos na noite dessa quinta-feira (25) após sofrer um infarto. Várias escolhas de samba se manifestaram sobre a morte dela.
“No Império, Rosa foi campeã com histórico ‘Bum Bum Paticumbum Prugurundum’, em 1982, ao lado de Lícia Lacerda, e desenvolveu o enredo ‘João das Ruas do Rio’, em 2010. Fica aqui a nossa gratidão por tudo que você, Rosa, fez pelo Carnaval, pela contribuição na nossa história e à arte. Seja luz! Obrigado por tudo”, diz o texto, assinado pela diretoria da Império Serrano.
Campeã cinco vezes pela Imperatriz Leopoldinense, a escola se manifestou em nota. “As histórias se confundem. É impossível falar de Imperatriz Leopoldinense sem falar de Rosa Magalhães. Hoje o meu coração, e de toda a escola, chora a perda da maior de todos os tempos. O Carnaval deve muito à Rosa Magalhães e nós temos muito orgulho de saber que em nossa biografia ela sempre estará. Obrigado, Rosa. Nossa eterna gratidão e amor”, afirma a presidente Catia Drumond.
A Vila Isabel postou: “Nossa escola tem por ela uma gratidão imensurável por ser a gênia artística à frente do nosso último campeonato em 2013. Em sua passagem pela nossa agremiação, ela nos proporcionou três desfiles muito especiais, que culminaram na conquista da terceira estrela do nosso pavilhão, com ‘A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo’.
E, a última escola em que Rosa fez parte, a Paraíso Tuiuti, publicou. “Não existe preto e branco quando o seu mundo era cheio de cor. Quem perde as cores hoje somos nós. O Paraíso do Tuiuti, em nome do presidente Renato Thor e toda a diretoria, vem expressar o mais profundo pesar pelo falecimento da professora Rosa Magalhães. Em momentos como este, faltam palavras em expressar o tamanho de sua grandiosidade. Para nós, só nos resta agradecer: Obrigado por muito”.
Já a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) escreveu: “A Liesa lamenta profundamente a perda de Rosa Magalhães, carnavalesca que fez história no Carnaval. Nossos mais sinceros sentimentos aos amigos e familiares.”
Rosa, que também foi cenógrafa, diretora de arte e figurinista, dedicou a maior parte da vida ao Carnaval do Rio, onde se tornou campeã histórica dos desfiles.
Campeã histórica
Ao todo, Rosa conquistou sete títulos de campeã nos desfiles das escolas do Rio. O primeiro ocorreu em 1982 pela Império Serrano.
Posteriormente, ela obteve cinco títulos pela Imperatriz Leopoldinense, sendo nos seguintes anos: 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001.
O sétimo e último título foi conquistado em 2013, quando, ao lado de Alex Varella, venceu com o enredo “A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – Água no feijão que chegou mais um” pela Vila Isabel.
Em 2007, ela ganhou o Emmy de melhor figurino na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio. O mesmo ocorreu em 2016, na festa de encerramento das Olimpíadas do Rio.
Rosa se formou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e cenografia na Unirio. Além disso, tinha formação em francês pela Faculté des Lettres et des Sciences Humaines de Nancy.
A carnavalesca, inclusive, doou um acervo com 5 mil croquis de figurinos e alegorias à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 2022. Neste mesmo ano, foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa por sua contribuição à cultura.
Em 2023, ela trabalhou com a Paraíso do Tuiuti e, neste ano, não participou do Carnaval do Rio.