Girlene Alves: “O cuidar desperta na gente inquietações de respostas”

A afirmação da nova reitora da UFJF, Girlene Alves, vem da formação da Enfermagem. Vinha de uma família de nove mulheres, no sertão do Piauí, próximo à Serra da Capivara, saiu de casa cedo para o início da formação. Nas raízes do interior, conviveu com a mãe, que era alfabetizadora de adultos e com a avó, que mesmo sem estudo, sempre encorajou as descendentes a serem independentes e donas da própria história.

“Como docente da faculdade de Enfermagem, eu fui sempre muito provocada”. Partindo dessa premissa e inquietude, os cargos de gestão começaram ainda no Departamento de Enfermagem da UFJF, onde ingressou como docente em 1997. De lá, passou a vice-reitora, até se tornar, recentemente, a segunda mulher a ocupar o cargo de reitora na instituição.

Apesar de ter assumido em um contexto pós renúncia e seguido em um contexto político desfavorável para as universidades públicas, os desafios foram entendidos a partir da consciência sobre o ambiente. “A universidade entendeu, em seu conjunto, que esse é um patrimônio da sociedade”, afirma.

Esse entendimento passou pela soma de esforços passando pela organização institucional, olhar atento para a formação acadêmica, assistência e permanência de alunos até chegar à resistência de fazer ciência, mesmo em momentos difíceis.

“Sobrevivemos com muitas escoriações e a nossa expectativa hoje é que a gente tenha financiamento para as universidades públicas para uma política emancipatória. Que o nosso estudante tenha o desejo de entrar e permanecer na universidade e ajudar a transformar esse país que é muito desigual”, reforça.

Ouça a íntegra da entrevista de Girlene Alves ao Itatiaia Entrevista.

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