A Polícia Civil de São Paulo prendeu duas mulheres suspeitas de extorquir pessoas com promessas de ‘trazer o amor de volta’, nesta terça-feira (2). As vítimas eram, preferencialmente, mulheres divorciadas, viúvas e vulneráveis emocionalmente. A polícia chegou até a dupla após uma mulher denunciar que era ameaça por elas. A vítima, moradora de Barretos, em SP, chegou a perder R$ 100 mil em transferências bancárias para as suspeitas.
As acusadas, sendo mãe e filha, de 48 e 20 anos, foram presas em um condomínio de Sumaré, também na capital paulista. De acordo com as investigações, a vítima conheceu as mulheres pela internet e realizou uma transferência bancária inicial, de R$ 450,00, para realização do trabalho, conhecido como ‘trazer o amor de volta’. Durante o processo, as golpistas ameaçavam as vítimas e prometiam divulgar as conversas publicamente, caso não recebesse o pagamento exigido.
Com a divulgação do caso, outras vítimas também procuraram a polícia para relatar que também foram ameaçadas pelas golpistas.
“O que nós percebemos é que há um perfil semelhante dessas vítimas. Normalmente mulheres com mais idade, que vivem sozinhas, são divorciadas, são viúvas. Elas estão, às vezes, vulneráveis emocionalmente e acabam caindo nessa conversa e cedendo a essas ameaças porque, muitas vezes, têm receio de contar para um parente próximo, uma amiga”, diz Rafael Faria Domingos, delegado responsável pelo caso, ao G1.
No caso da vítima de Barretos, a PC apontou ainda, que após ameaçar a mulher, as suspeitas disseram ainda que ‘causariam males espirituais’ a ela, à família e as pessoas próximas.
Mãe e filha foram presas e encaminhadas para a Cadeia Pública de Monte Mor, em São Paulo.
Dinheiro de ‘uma vida’
Ainda conforme o delegado do caso, o dinheiro enviado as golpistas pela vítima de Barretos, era uma reserva de ‘quase uma vida’. “Ela acabou sacrificando [o dinheiro] para pagar essas mulheres em razão dessas ameaças. Essa vítima, desde que os fatos ocorreram, está extremamente abalada. Ela tem até dificuldade em relatar o acontecido. Muitas vezes, temos conseguido obter informações através da filha dessa vítima, já que a vítima está muito abalada mesmo”