“Eu tô descendo o morro do Privilége aqui agora e tem um Fox Preto, a mulher tá embrigada descendo aqui muito louca! (…) Ela passou por mim na direita onde que não pode, ali no São Pedro e tá pegando canteiro tudo, andando pra lá e pra cá. Ela vai bater esse carro!”
Este relato foi feito ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), via 190 por um motorista que presenciou o comportamento da mulher de 36 anos, investigada como causadora do acidente na Serra do Bandeirantes, em outubro. Seis pessoas ficaram feridas e um menino de 2 anos morreu no hospital, três dias depois.
Esta foi uma das novidades na apuração, apresentada em coletiva nesta quinta-feira (7) pelo delegado Rodrigo Rolli, que assumiu o caso ao retornar das férias. Além disso, a equipe da PCMG refez todo o trajeto da motorista, conseguindo imagens do percurso do Bairro Aeroporto, onde ela estava em uma confraternização, até o local onde houve o acidente.
O material elenca evidências de que a motorista esteve em uma confraternização no Bairro Aeroporto, adotou um comportamento perigoso no trânsito ao deixar o local, dirigindo na contramão, fazendo ultrapassagens arriscadas. Cerca de 10 minutos depois desta ligação, houve o acidente na Serra do Bandeirantes.
A expectativa de Rodrigo Rolli é concluir o inquérito na próxima semana. Ouça a reportagem de Joubertt Telles
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Acidente na Serra do Bandeirantes
Na noite de 13 de outubro, dois carros bateram de frente na Serra do Bandeirantes. Segundo a ocorrência, chovia no momento do acidente. No carro Fox, estava a condutora, de 36 anos. No Voyage, havia seis ocupantes: o motorista, de 36 anos, um homem de 27 anos e uma mulher de 28, pais de três crianças de 2, 6 e 9 anos.
Os feridos foram atendidos pelas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG). Eles foram encaminhados para Hospital de Pronto-Socorro (HPS), no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus e na Santa Casa de Misericórdia.
Após três dias internado, o menino de 2 anos morreu na Santa Casa. A irmã, de 9 anos, permanece internada.
Motorista estaria embriagada, segundo testemunhas
Ainda conforme a PCMG, os policiais relataram que a motorista apresentava sinais de embriaguez, com olhos vermelhos, e informaram também ela se recusou a realizar o teste do bafômetro, após orientação de um advogado. Uma testemunha ocular confirmou a embriaguez, os olhos vermelhos e o rosto inchado, e apontou que a mulher apresentava preocupação apenas na conversa com o advogado, sem interesse com o acidente causado.
A mãe e o pai das vítimas também prestaram depoimentos, e confirmaram que a autora estava embrigada e que não foi oferecido nenhum tipo de auxílio ou solidariedade para a família, nem apoio financeiro e psicológico.