Juiz de Fora está há dois dias com os números de casos confirmados por coronavírus estacionados em 128. Os números divulgados pela Prefeitura não se alteraram de sexta-feira, 24 a domingo, 26.
No entanto, os casos suspeitos vem crescendo e já chegam a 1756, número 13 vezes maior que as confirmações. A discrepância coloca em xeque a demora na obtenção dos resultados e, em conseqüência, a incerteza sobre a real situação da doença na cidade.
O boletim epidemiológico do estado aquém do da Prefeitura e ainda fala em 118 casos. Mesmo nesse contexto, Juiz de Fora é a segunda cidade do ranking em MG, perdendo apenas para Belo Horizonte (BH).
O estado também considera a confirmação de três mortes em Juiz de Fora, o município já cravou em cinco e outras quatro em investigação. O perfil dos óbitos na cidade é de idosos e comorbidades, exceto pelo técnico de enfermagem Agnaldo Emídio, cardíaco mas com apenas 41 anos.
A morte do primeiro profissional da linha de frente no combate à doença rende protestos da categoria, já que uma das instituições em que ele atuava, a UPA Norte, é alvo de processo administrativo após denúncia de falta de EPIs no início da pandemia, feita por uma médica que, mais tarde, foi demitida por justa causa junto com outras profissionais.
O caso foi parar no Conselho Regional de Medicina (CRM) e na Prefeitura, que investigam. Quanto à morte do profissional de saúde, a instituição alega que ele estava de férias entre os dias 1º e 11 de abril.
Em Juiz de Fora, o isolamento segue fechado pelo menos até o dia 30 de abril, conforme publicação do último decreto. O uso de máscaras é obrigatório, mas o movimento nas ruas cresce a cada dia.
Na Zona da Mata e Vertentes, 21 cidades tem confirmações por coronavírus. Com déficit de pelo menos dois óbitos de Juiz de Fora, os números estaduais apontam para seis óbitos, sendo três em Juiz de Fora, enquanto as cidades de Belmiro Braga, Cataguases e Santos Dumont tem uma morte cada.