Conitec recomenda que sensor de glicose não seja disponibilizado no SUS

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) decidiu não recomendar que o Sistema Único de Saúde (SUS) adote o sistema flash de monitoramento de glicose para pacientes com diabetes mellitus tipos 1 e 2. O parecer foi emitido durante a 136ª reunião extraordinária da Conitec, na sexta-feira (6).

O relatório final da reunião informa que a recomendação final da comissão foi pela “não incorporação” do sistema no SUS. No entanto, os motivos que embasaram a decisão não foram informados. Eles serão descritos em um novo documento que será divulgado nos próximos dias.

O que é o sensor não recomendado pela comissão?

O aparelho fica fixado na pele do paciente e mede a concentração de açúcar no sangue de forma contínua. Os índices podem ser medidos por um leitor ou pelo celular, que apita quando os níveis de açúcar estão fora do normal.

No entanto, a Conitec considerou que, no momento, o sensor não atende aos critérios para ser incluído no SUS. O médico endocrinologista e ex-presidente do Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Levimar Araújo, critica o parecer da comissão e ressalta a necessidade da adoção do sistema na saúde pública.

“A gente tem lutado [pela inclusão do sensor no SUS]. Durante os dois anos da nossa presidência, fizemos relatórios, mostramos a economia que o estado teria com a adoção dessas medidas porque, além de prevenir as alterações e complicações agudas, você impede as complicações crônicas. Durante o nosso mandato, entre 2022 e 2023, foram feitas várias reuniões no Ministério da Saúde, na Câmara dos Deputados e no Senado, mostrando a importância. Deixamos um dossiê sobre essa questão da economia e dos benefícios para a população. Então, essa medida tem que ser revista para a gente não perder essa batalha”, argumenta.