O luto é um dos sentimentos mais difíceis os quais o ser humano deve sentir. No caso dos animais, isso não é diferente e, ao contrário do que muitos pensam, a forma como eles lidam com esse sentimento é semelhante à dos humanos.
Segundo o pesquisador Tiago Falótico, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), alguns comportamentos são característicos de algumas espécies de animais.
Um dos casos era com macacos-prego, quando a mãe carregou o filhote por várias horas, mesmo ele estando morto. “Era um caso até um pouco mais curioso, porque era um filhote que tinha um defeito de nascença na perna. Então ele não conseguia se firmar direito nas costas da mãe, e ele acabou falecendo. Nós acompanhamos a fêmea por várias horas ainda carregando o filhote [morto]. Ela provavelmente carregaria mais se não tivéssemos coletado o corpo”, relatou.
Esse comportamento de carregar e cuidar do corpo por algum tempo após o óbito é comum entre os primatas, segundo o pesquisador. Um exemplo foi relatado pela pesquisadora Jane Goodall, durante a década de 60, que viu uma mãe chimpanzé carregou o filho até que ele se mumificasse, e uma filha que passou um longo tempo parada ao lado da falecida mãe.
Cachorros e gatos, apesar de não carregarem filhotes como os primatas, também vivem um período de imensa tristeza durante o luto. Eles passam horas ou até dias abatidos, desanimados ou sem apetite.
Os elefantes se assemelham ainda mais aos humanos, já que fazem processos semelhantes a funerais e visitas a túmulos. Alguns deles, após a morte, costumavam passar longos períodos de silêncio em frente ao local onde um filhote morreu, por exemplo, ou, até mesmo, evitam o local.