Colesterol alto: conheça mais sobre este fator de risco para a saúde

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostra que o brasileiro tem o colesterol alto. O estudo aponta que 40% dos adultos no país têm níveis elevados, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Segundo o Ministério da Saúde, essas doenças são a primeira causa de mortalidade no Brasil, com mais de 350 mil óbitos por ano.

As causas são bem conhecidas entre os profissionais de saúde. De acordo com o médico cardiologista Gabriel Carmo, os principais fatores que elevam o colesterol são fatores genéticos, a alimentação e a falta de atividades físicas.

Em outras palavras, nos hábitos de vida de um modo geral. “Bom, a causa do colesterol alto, principalmente aí que a gente está falando de colesterol ruim, ela é multifatorial. Então, nós temos aí as causas genéticas, algumas delas são muito bem conhecidas, mas temos as causas não genéticas, muitas delas relacionadas, então, ao estilo de vida, principalmente que está vinculada aí aos hábitos de vida, então, não saudáveis da população, que especificamente se relacionam à alimentação e à prática de atividade física. Todos esses fatores em conjunto normalmente vão levar à obesidade, que também aumenta a chance de uma alteração no colesterol do paciente”, detalha.

O especialista alerta a população sobre a importância da alimentação no combate ao colesterol alto. “Então, nós sabemos que a quantidade de alimentos levando à obesidade pode levar a uma predisposição a um aumento no colesterol ruim, mas também nós temos a questão da qualidade. Então, o tipo de alimentação pode influenciar no desenvolvimento do colesterol alto. Então, nós estamos falando aí principalmente de carboidratos, de lipídios, de gorduras saturadas, todos esses tipos de alimentos considerados então não saudáveis, se consumidos de maneira excessiva, podem levar ao aparecimento então do colesterol alto, da dislipidemia e futuramente é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, destaca.

Gabriel Carmo explica que é possível perceber um aumento do uso de medicamentos para colesterol alto. “A gente vê uma crescente no uso das estatinas, que é, junto com a mudança no estilo de vida, um dos pilares do controle do colesterol. E nos últimos anos, principalmente nas últimas décadas, no mundo inteiro e no Brasil, a gente vê um reflexo muito grande, um aumento muito grande na prevalência da obesidade, levando, então, ao aparecimento ou à piora dos níveis de colesterol. Pela experiência aí, a gente vê que, na maioria das vezes, o uso do medicamento é um caminho sem volta. Para aqueles pacientes que são considerados de alto risco, porque já tiveram alguma forma de manifestação de doença cardiovascular, esses pacientes vão usar essa medicação para sempre, a não ser que eles tenham uma contraindicação. Para os outros pacientes, vai depender do risco. E, de acordo com o risco, a gente vai definir qual é a faixa do colesterol ideal”, explica.

Prevenção

O cardiologista Gabriel Carmo destaca que a melhor forma de tratamento da doença é a prevenção. “Mudança no estilo de vida, né? Alimentação saudável e prática de atividade física é o principal para a gente conseguir contornar não só o colesterol alto, né? O colesterol alto, mas também todos os outros fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão, diabetes. Além disso, parar de fumar é fundamental para o controle da doença cardiovascular”, conclui.