Os policiais mineiros envolvidos no tiroteio com policiais paulistas tiveram a prisões convertidas para preventivas.
Marcelo Matolla de Resende, Leonardo Soares Siqueira e Rafael Ramos dos Santos cumpriam prisão temporária na Casa de Custódia da Polícia Civil em BH.
A decisão foi assinada pelo juiz Paulo Tristão nesta terça-feira, 11. O juiz acatou também o pedido do Ministério Público e decretou a prisão preventiva de Sérgio Paulo Marques Guerra, Jorge William Ponciano Rosa e Nivaldo Fialho da Cunha, que foram identificados entre os envolvidos na ocorrência.
Segundo a decisão, existe materialidade do crime de homicídios e indícios de associação criminosa.
O juiz Paulo Tristão negou o pedido da Corregedoria da Polícia Civil de prorrogar em mais 30 dias o prazo de conclusão do inquérito, em razão das investigações estarem em curso há dois meses.
Além disso, o juiz negou o sigilo das investigações sob alegação de que foram cumpridos mandados de busca e apreensão e quebra de dados telefônicos dos envolvidos.
Na ação, os policiais paulistas, que estão presos na Penitenciária Nelson Hungria, em BH, os delegados Bruno Martins Magalhães Alves e Rodrigo Castro Salgado da Costa e os policiais Jorge Alexandre Barbosa de Miranda e Caio Augusto Freitas de Lira, mostra que a perícia feita no telefone celular de Bruno expõe que eles sabiam que fariam uma escolta para compra de dólares comprovando a ilicitude, e denominaram de “cheese bread”.
O policial mineiro Rafael retificou o depoimento que fez antes e disse que o advogado Jorge Willian Ponciano chamou para ajudar um cliente (que era o empresário Antônio Vilela) em uma operação financeira, isso porque ele tinha medo de sequestro. O policial relatou ao advogado que já o conhecia através dele mesmo.
De acordo com a decisão, Nivaldo Fialho Cunha foi identificado com o condutor do carro, no qual foram encontradas as malas de dinheiro. Já Sérgio Paulo Marques Guerra foi identificado como comparsa de Antônio Vilela e estava no momento dos fatos, além dos policiais e Ponciano.
Na decisão, o juiz explica que provas indicam que tantos os policiais mineiros quanto os paulistas, além dos demais investigados, tinham ciência da operação. Ainda nos autos, os policiais de Minas atuavam com Antônio Vilela, Jorge William Ponciano, Sérgio Marques Guerra, Nivaldo Fialho Cunha e um indivíduo não identificado, e estariam com notas falas. O texto finaliza que, ao que se presume, o chamado “desacerto” entre os policiais dos dois estados ocorreu depois que os “negociantes” de São Paulo detectaram a falsidade.
O fato ocorreu no dia 19 de outubro, deixando dois mortos: o policial civil lotado em Juiz de Fora, Rodrigo Francisco, de 37 anos; e o empresário da área de segurança privada em São Paulo, Jerônimo da Silva Leal Júnior, de 42. Além disso, foram apreendidos R$ 14 milhões em notas falsas.
A investigação está sendo presidida pela Corregedoria-Geral da PCMG, juntamente com os Promotores de Justiça da comarca de Juiz de Fora/MG e do GAECO da capital mineira.
Nossa reportagem tenta contato com os advogados dos envolvidos.