A partir de 1º de novembro de 2024, a Caixa Econômica Federal implementará novas regras de financiamento imobiliário – o que pode gerar preocupação nos compradores. As mudanças incluem uma redução nos percentuais de financiamento, especialmente nos sistemas SAC e Price, o que exigirá uma entrada maior por parte dos compradores.
À Itatiaia Bernard Martins, especialista em Direito da Economia e da Empresa, explica que no Sistema de Amortização Constante (SAC), o percentual de financiamento passou de 80% para 70%, enquanto no sistema Price, caiu de 70% para 50%. “Essas alterações impactam diretamente o mercado, pois muitos compradores precisarão desembolsar mais dinheiro para a entrada, o que pode dificultar o acesso à casa própria e desacelerar o mercado imobiliário como um todo”, explica Martins.
Apesar de não haver mudanças diretas nas taxas de juros, a necessidade de uma entrada maior pode afetar as negociações das condições de financiamento. Martins ressalta que, embora as taxas de juros sejam as mesmas para ambos os sistemas, o SAC é mais vantajoso a longo prazo, com parcelas iniciais mais altas e uma amortização mais rápida do principal, resultando em menos juros pagos.
Já o sistema Price, com parcelas fixas, atrai quem prefere previsibilidade nos pagamentos, mas pode sair mais caro ao longo do tempo.
Conforme Martins, as alterações ocorrem em um momento de forte demanda por crédito habitacional e aumento nos saques da poupança, o que força a Caixa a ajustar suas políticas de crédito para manter o equilíbrio financeiro. “Com o crescimento de 28,6% no volume de financiamentos em 2024, a Caixa precisa ser mais seletiva na concessão de crédito, garantindo a sustentabilidade de sua carteira de mais de R$ 800 bilhões”, destaca o especialista.