Botafogo derruba campeões em série e chega à final inédita de Libertadores

Há cerca de seis meses, Artur Jorge estreava no comando do Botafogo com uma derrota por 1 a 0 para a LDU, em Quito. Naquela altura, em situação complicada no Grupo D da Libertadores e ainda vivendo os traumas de 2023, era difícil imaginar que aquela time alcançaria a final da Libertadores, mas foi isto que ocorreu nesta quarta-feira (30).

Para chegar à decisão histórica, o treinador português comandou uma “virada de página” no clube, que derrubou uma série de fantasmas e campeões em série ao longo da campanha.

A decisão da Libertadores acontecerá em 30 de novembro, no Estádio Monumental, em Buenos Aires, na Argentina. O rival será o Atlético, que busca conquistar a América pela segunda vez.

Os times eliminados pelo Botafogo no mata-mata da Libertadores:
  • Palmeiras, tricampeão da América
  • São Paulo, tricampeão da América
  • Peñarol, pentacampeão da América

A campanha histórica na Libertadores

A estreia de Artur Jorge foi justamente na fase de grupos da Libertadores. Após demitir Tiago Nunes no início de 2024, o Glorioso havia avançado na fase preliminar, de maneira dramática, contra o Bragantino. Ainda na primeira rodada do Grupo D, perdeu para o Junior Barranquilla, no Nilton Santos, sob comando do interino Fábio Matias.

A derrota para a LDU, em Quito no Equador, deixou o Botafogo em situação dramática na chave. Com nenhum ponto em duas rodadas, o time era “dado como morto” por parte da opinião pública – fato que foi relembrado pelo treinador português nas últimas classificações, especialmente após a goleada sobre o Peñarol, no Nilton Santos.

Pressão em Montevidéu

Após atropelar o Peñarol em casa, por 5 a 0, o Glorioso perdeu por 3 a 1, e por isso garantiu a vaga na inédita decisão diante do Atlético.

A classificação não esteve ameaçada, mas houve momentos de tensão na noite em Uruguai. Poupando vários titulares pendurados, o time de Artur Jorge jogou mal e foi pressionado. Báez, em dois chutes de fora da área, fez o Peñarol sonhar. Nos últimos minutos do segundo tempo, Almada descontou para o Botafogo, e Batista, logo depois, fechou o placar.

Os dois times abriram mão de suas características habituais. O Peñarol, ocupando o campo ofensivo, encontrou espaços nas laterais e pressionou o adversário desde o início no Centenario.

Foram muitas viradas de jogo e bolas levantadas na área, que deixaram o time de Artur Jorge muito desconfortável. Além de sofrer pelo alto, o Botafogo não se encontrou com a bola no pé.

As chances foram raras a partir dos 30 minutos. Aos 43, com o Peñarol todo na frente, Almada tabelou com Marlon Freitas e marcou o gol do Glorioso: 2 a 1 para tranquilizar os alvinegros.

No minuto seguinte, contudo, Pérez lançou para Batista na área, que fez o terceiro da equipe de Diego Aguire: 3 a 1 aos 44. O Peñarol lutou, mas a vaga na final ficou com o Botafogo.

Tensão na Libertadores

Como segundo lugar da chave e entre as piores campanhas entre os classificados, o Botafogo já sabia que, para chegar à final, teria que sobreviver às decisões como visitante todas as vezes.

Em casa, o time contou com o apoio da torcida e fez valer o “fator Nilton Santos”. Os jogos no Allianz Parque, Morumbis e Centenario espantaram os fantasmas que perseguiam o time de 2023.

Houve momentos que o Botafogo flertou com as memórias, sofrendo gols nos acréscimos, mas, assim como em outros jogos pelo Brasileirão, a reação do time, em campo, foi diferente.

Finalista da Libertadores, o time de Artur Jorge também está na disputa do título do Campeonato Brasileiro. Antes da decisão com o Galo, são “cinco finais” pela Série A.