Anvisa volta a proibir venda de álcool líquido 70% em mercados e farmácias

O mês de abril é o último para mercados e farmácias venderam o álcool líquido 70%. A partir do dia 30 deste mês, a presença do produto nas prateleiras voltará a ser proibida e somente o produto em gel continua liberado.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia permitido a venda do álcool líquido para o público geral devido à pandemia de Covid-19, mas esse prazo terminou no dia 31 de dezembro do ano passado. O período que vai até o fim deste mês serve apenas para esgotar os estoques dos estabelecimentos comerciais.

O conselheiro Ubiracir Lima, do Conselho Federal de Química, explica que o álcool líquido foi substituído pelo gel em 2002, devido a acidentes. Segundo ele, a eficácia na limpeza é a mesma.

O químico diz que é possível usar outros produtos aprovados pela Anvisa na limpeza da casa no lugar do álcool.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é contra a proibição. A entidade diz que o consumidor vai ficar sem um produto de melhor custo-benefício. A Abras informou que, desde dezembro, conversa com a Anvisa já que há demanda de consumidores e falta de álcool líquido à venda nos supermercados.

Cuidados com o álcool líquido 70%

O álcool líquido 70% teve sua venda proibida em 2002, devido ao grande número de acidentes. A Anvisa reitera que o produto deve ser manipulado e utilizado com cuidado e ficar fora do alcance das crianças.

O álcool nessa forma física se espalha com muita facilidade e, caso pegue fogo, o dano na pele tende a ser grande e profundo devido à sua rápida absorção. A Anvisa recomenda que o consumidor deve dar preferência a frascos do tipo spray de aperto simples, de 50 ml a 100 ml. Confira os cuidados:

  • Não fure a tampa nem deixe o frasco aberto para evitar a evaporação
  • O uso do álcool líquido nessa concentração deve ser realizado longe de fontes de calor
  • A utilização é recomendada apenas na desinfecção das superfícies fixas
  • Para a higienização das mãos de adultos e crianças deve ser priorizada a lavagem com água e sabonete
  • O produto deve ser armazenado longe de fontes de calor, em local limpo, fresco e entre 15ºC e 30ºC de temperatura.
  • O local escolhido também deve ser abrigado do sol. E, em todos os casos, deve ficar fora do alcance das crianças, pelo risco de ingestão e queimaduras.

“Quem for comprar deve sempre evitar os produtos clandestinos, pois não têm comprovação quanto à sua atividade virucida e não passaram por controle da qualidade em relação à determinação do teor de álcool etílico. Também é fundamental ler as informações dos rótulos e o número do registro no Ministério da Saúde e na Anvisa, pois assim há segurança de que o produtor apresentou os documentos necessários para ser comercializado, diferentemente do álcool clandestino”, afirma Leonardo Lopes, responsável pelo Setor de Cosméticos e Saneantes do Departamento de Química do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz), em comunicado.