Governo Lula descarta horário de verão em 2024

O Ministério de Minas e Energia bateu o martelo e definiu que a possível volta do horário de verão só voltará a ser discutida em 2025, adiando assim a possibilidade de adiantar os relógios em uma hora ainda no ano de 2024. Segundo o ministro Alexandre Silveira, os últimos estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não apontaram uma economia de energia significativa.

Segundo o ministro Silveira, a medida foi discuta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira antes da decisão ser divulgada. O presidente acolheu a sugestão o ministro postergar a possibilidade de horário de verão para o próximo ano.

“Nós, hoje, na última reunião com a ONS chegamos a conclusão que não há necessidade de decretação do horário de verão para esse período”, destacou Silveira em coletiva de imprensa realizada em Brasília.

Em setembro deste ano, o ONS recomendou a volta do horário de verão. O objetivo, pelo menos para este ano, era conter o pico de consumo de energia, que acontece entre o fim da tarde e o início da noite. Contudo, o estudo mais recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontou que as chuvas que chegaram em outubro superaram as expectativas e afastaram o risco de crise de falta de energia em razão do desabastecimento dos reservatórios das hidrelétricas.

Outra avaliação que pesou na decisão foi o pouco tempo para que diversos setores da economia de adaptassem ao adiantamento em uma hora no relógio.

Defensor da medida, Silveira analisou que o cenário para 2025 ainda será discutido, portanto, sem a possibilidade de descartar a implementação da política para o próximo ano.

“É importante que ele seja sempre considerado, ele não pode ser fruto de uma avaliação apenas pragmática ou de cunho político”, avaliou.

A prática de se adiantar o relógio em uma hora esteve em vigor no Brasil desde 1931, instituído pelo então presidente Getúlio Vargas.

O horário de verão no Brasil foi cancelado em abril de 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, por meio de um decreto que encerrou a prática. Na época, foram considerados estudos que apontaram a pouca economia de energia gerada pela medida.