Seis pessoas testam positivo para HIV após receberem órgãos infectados no RJ

Em um caso inédito na história do Brasil, seis pessoas receberam órgãos contaminados pelo HIV e testaram positivo para o vírus da Aids. Os pacientes estavam na fila do transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ).

A notícia foi dada pela BandNews FM nesta manhã de sexta-feira (11) e foi confirmada à Itatiaia através de uma nota.

O governo do RJ abriu uma sindicância para identificar e punir os responsáveis pelo incidente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério Público também investigam o caso.

De acordo com técnicos da Anvisa, os exames de sangue feitos nos doares dos órgão apresentaram um falso negativo.

Os testes teriam sido feitos por uma empresa privada, a PCS Laboratórios, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O grupo foi contratado emergencialmente em dezembro do ano passado para atender o programa de transplantes, mas teve o serviço suspenso logo após a Secretaria tomar conhecimento dos casos.

A infecção foi descoberta quando um paciente que recebeu um coração começou a passar mal 9 meses após o transplante.

De acordo com a SES-RJ, processo de reavaliação de todas as amostras de sangue de doadores armazenadas a partir de dezembro de 2023 foi iniciado para rastrear possíveis novos casos.

Confira a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.

O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.

A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.

Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.

Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.