Eleições 2024: Número de candidatos a prefeituras em MG cai 17% e é o menor desde 2008

Como fim do prazo de registro de candidaturas, 2.329 candidatos a prefeitos em Minas Gerais podem começar a fazer campanha, realizar eventos e pedir votos aos eleitores de suas cidades. Com 853 municípios, a “concorrência” por uma cadeira de prefeito no Estado é de 2,7 candidatos por cidade.

Esse é o menor número de candidaturas a prefeituras mineiras desde 2008, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — quando 2.268 pessoas se registraram para disputar o cargo de Executivo municipal.

Na comparação com o último pleito, em 2020, a queda no número de candidatos é de 17%. Aquela foi a eleição com o maior número de postulantes, com 2.790 em todas as cidades mineiras.

Número de candidatos a prefeito em Minas desde 2000:

  • 2024: 2.329 candidatos
  • 2020: 2.790 candidatos
  • 2016: 2.248 candidatos
  • 2012: 2.340 candidatos
  • 2008: 2.268 candidatos
  • 2004: 2.424 candidatos
  • 2000: 2.258 candidatos

O primeiro turno das eleições será no dia 6 de outubro. O segundo turno da disputa poderá ser realizado em 27 de outubro nos municípios com mais de 200 mil eleitores, nos quais nenhum dos candidatos à prefeitura atingiu mais da metade dos votos válidos, excluídos os brancos e nulos, no primeiro turno.

Juiz de Fora

Em Juiz de Fora, serão seis concorrentes ao Executivo Municipal: três homens, estreantes na disputa e três mulheres, que já disputaram em pleitos anteriores.

Ouça a reportagem de Désia Souza


De acordo com o Divulgacand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os valores dos patrimônios dos seis candidatos variam de pouco mais de R$ 230 mil a pouco mais de R$ 2.2 milhões. Os dados estão na ferramenta que foi desenvolvida e gerenciada pelo onde é possível acompanhar os dados públicos dos políticos.

  • Charlles Evangelista – R$ 2.216.628,78
  • Ione Barbosa – R$ 2.249.001,25
  • Isauro Calais – R$ 1.427.113,00
  • Júlio Delgado – R$ 1.348.818,39
  • Margarida Salomão – R$ 442.466,00
  • Victoria Mello – R$ 231.024,62
Reprodução/Redes Sociais

Situação nacional

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um número total de 455 mil pedidos de candidaturas recebidos pela plataforma DivulgaCand, que centraliza os registros em todo o país. Em 2008, 381,3 mil políticos registraram suas candidaturas.

Foram recebidos pelos tribunais regionais eleitorais (TREs) 15.434 registros de candidaturas para prefeito, 15.531 para vice-prefeito e 424.750 para o cargo de vereador. O número ainda pode ser atualizado.

Em 2020, as eleições municipais contaram com 557.678 registros. Os pleitos de 2016 (496,9 mil) e de 2012 (482,8 mil) também tiveram mais candidatos.

Perfil

De acordo com o levantamento, 52% dos candidatos se declararam negros. O percentual é composto pelos candidatos pardos (41%) e pretos (11%). Outros 45% se declararam brancos. Os quilombolas representam 1% das candidaturas e os indígenas 0,5% do total.

Os candidatos homens representam 66% do total de candidaturas e as mulheres fazem parte dos 34% restantes. Do total de candidatos, 51% informaram que são casados e 37% são solteiros.

A maioria dos candidatos declarou que é empresário (7,6%). 6,9% são servidores públicos e 6,7% são agricultores. Outras profissões somam 21,7%.

Pelo critério de grau de instrução, a maioria dos candidatos possui o ensino médio completo. Essa faixa representa 38%, seguida pelos candidatos com ensino superior completo (28%), fundamental completo (10,9%) e fundamental incompleto (10%).

A identidade de gênero e a orientação sexual também fazem parte do levantamento: 80% se declararam cisgênero (pessoa que se identifica com seu sexo biológico, ou seja, masculino ou feminino).

O levantamento mostra que somente 31% dos candidatos informaram sua orientação sexual. 98% dos que responderam ao cadastro disseram que são heterossexuais. Na sequência, aparecem os candidatos que se declararam gays (0,7%), lésbicas (0,4%) e bissexual (0,3%).

Análise

O registro será analisado pelo juiz da zona eleitoral da cidade na qual o candidato pretende concorrer. Entre as causas de inelegibilidade, está o julgamento de contas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A lista com o nome de 9,7 mil pessoas nessa situação foi entregue no dia 15 de agosto ao TSE.

Se o juiz constatar a falta de algum documento, poderá pedir que o candidato resolva a pendência no prazo de até três dias. Caberá ao magistrado decidir se defere ou indefere a candidatura. Se o registro for negado, o candidato poderá recorrer ao TRE de seu estado e ao TSE.

Durante o período de análise, as candidaturas poderão ser contestadas pelos adversários, partidos políticos e o Ministério Público Eleitoral (MPE). Eles poderão denunciar alguma irregularidade no cumprimento dos requisitos legais para o registro.