Descansar é um dos objetivos mais comuns de quem viaja. Desligar o celular, deixar a rotina de lado, colocar o sono em dia e respirar em paz. O que muita gente não sabe é que essa atitude já é uma tendência que tem nome, definição e, segundo alguns estudos, tudo para crescer e muito nos próximos anos.
A pesquisa Hilton Trends Report de 2024 entrevistou mais de 10 mil viajantes ao redor do mundo que revelou que a tendência de viagem deste ano será o ‘turismo do sono’. O nome pode até ser curioso, mas ele é bem mais comum do que se pensa.
O que é turismo do sono?
Enquanto alguns viajantes procuram diversão, conexões ou conhecimento histórico, o turismo do sono é focado em proporcionar um descanso intenso e reparador para seus clientes. A ideia é fugir da rotina acelerada e do estresse cotidiano para respirar. Colocar o sono em dia e a mente em paz.
A arquiteta Cristina Mourão explica que o turismo do sono faz parte do movimento de bem-estar, ‘que busca oferecer mais conforto e cuidados com saúde, seja no hotel ou em casa’. Cristina, que realizou recentemente uma exposição que abordava como a arquitetura poderia ajudar no combate a insônia, explica que esse conceito não é novo, mas ganhou muita atenção depois da pandemia: ‘as pessoas percebem a importância da Saúde Mental e como ambientes mal resolvidos podem afetar nosso corpo e nossa mente’.
‘Embora o termo turismo do sono ainda seja novidade para algumas pessoas, ele já tem muitos adeptos na hotelaria pelo Brasil. O público é bem diverso, indo de jovens a idosos com estilos de vida diferente, mas todos com uma coisa em comum: o nível de exigência. São muito exigentes com quarto. Uma cama boa, colchão e travesseiros confortáveis, enxoval de qualidade, janelas anti ruído, iluminação adequada, banheiro para relaxar, e de preferência, nada de eletrônicos, porque eles prejudicam o sono’.
A administradora Érica Timponi é uma das moradoras de Belo Horizonte que recorreu ao turismo do sono para recuperar as energias. Érica é sincera em falar da sua reação ao descobrir a tendência: ‘Eu não tinha a intenção de fazer o turismo do sono, até porque eu nem sabia que isso existia. Eu queria descansar. Mas, depois de um tempo, eu descobri que várias pessoas também buscavam isso, mas só depois eu tive conhecimento que se tratava do turismo do sono’.
Érica já fez viagens nacionais e internacionais com foco exclusivo no descanso. A próxima, inclusive, já está marcada: a administradora vai visitar um hotel na Bahia que tem suítes de frente para o mar e bangalôs com camas na areia.
Quanto custa o turismo do sono? É caro?
À primeira vista, o turismo do sono pode parecer algo caro, mas a administradora Érica Timponi explica é possível descansar gastando pouco e, ao mesmo tempo, contribuir com o turismo local: ‘pode ser uma pousada perto de Belo Horizonte, um sítio no fim de semana. Se a gente tiver o foco no descanso e na qualidade do sono, a experiência é sempre boa. Eu considero que Minas Gerais tem muitas cidades bacanas, com pousadas e hotéis para todos os bolsos. Não preciso ir longe e nem precisa gastar muito’.