Católicos celebram Beata Nhá Chica em paróquias de Juiz de Fora

A Igreja Católica celebra nesta sexta-feira (14), a memória da Bem-Aventurada beata Francisca de Paula de Jesus, popularmente conhecida como Nhá Chica. Ela nasceu em Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei, mas ainda criança foi morar em Baependi (MG).

Na Arquidiocese de Juiz de Fora, duas comunidades realizam festas para homenagear a mineira que foi a primeira negra e filha de escravizados a ser beatificada no país, uma das sete brasileiras beatificadas.

Na Paróquia Nossa Senhora das Dores, haverá missa em honra a Nhá Chica às 19h30 na Área Missionária na Rua Benjamim Elídio de Faria, 385, no bairro Vila Montanhesa.

Na Paróquia Santa Ana, no bairro Vila Ideal, nesta manhã, o pároco, Padre Cássio Barbosa de Castro, visita os enfermos levando a pílula. Entre 14h e 17h, ocorrerá Veneração das relíquias na Capela do Santíssimo Sacramento. Às 19h, será exibido o documentário sobre a vida e as obras de Nhá Chica na Matriz, na Rua Afonso Celso, 95, no Bairro Vila Ideal.

História de Nha Chica

De acordo com o Vatican News, Francisca de Paula de Jesus nasceu em 1808, na “Porteira dos Vilellas”, fazenda de Santo Antônio do Rio das Mortes, distrito de São João del-Rei, no Campo das Vertentes. Na terra natal, ela foi batizada em 26 de abril de 1810, conforme documentação localizada na Diocese de São João del-Rei, na antiga igreja do povoado. Do local, atualmente, restam as ruínas.

Ainda criança, ela, a mãe, a escravizada Izabel, e o irmão mais velho, Theotônio, se mudaram para Baependi, no Sul de Minas Gerais. Na bagagem, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Aos 10 anos, Francisca e o irmão ficaram órfãos de mãe. As crianças cresceram sob a proteção de Nossa Senhora, Nhá Chica a chamava, carinhosamente, de “Minha Sinhá”, ou seja, “Minha Senhora”.

Francisca optou em não se casar, dedicando a vida a Deus e ao próximo. Ficou conhecida como a “mãe dos pobres”, por convidar os pobres e os moradores da redondeza para rezar à Virgem Mãe de Deus, depois distribuía comida e lhes dava as esmolas que recebia.

Atendia todos os que lhe pediam conselhos, orações e uma palavra amiga, exceto nas sextas-feiras, dia que dedicava aos trabalhos domésticos, à penitência e à oração incessante da Paixão e Morte de Cristo.

Nhá Chica era analfabeta, mas sempre alguém lia páginas da Bíblia para ela. Muito devota da Virgem Maria, Nhá Chica compôs uma Novena a Nossa Senhora da Conceição. Em 1865, mandou construir ao lado de casa uma capela para venerar a pequena imagem de terracota, que pertencia à mãe.

Nhá Chica morreu em 14 de junho de 1895, aos 87 anos e foi sepultada na Capelinha que ela construiu. Atualmente, os restos mortais dela estão no Santuário Nossa Senhora da Conceição, que surgiu a partir da “igrejinha de Nhá Chica”. Em 4 de maio de 2013, Francisca de Paula de Jesus foi beatificada em cerimônia em Baependi.