O cantor e compositor Carlos Lyra morreu aos 90 anos na madrugada deste sábado (16), no Rio de Janeiro. As informações foram confirmadas pela família do artista.
“É com imensa tristeza que comunicamos a passagem do compositor Carlos Lyra, nessa madrugada, de forma inesperada. A todos, agradecemos o carinho”, diz o texto escrito no perfil oficial do artista.
Conforme o G1, Lyra foi hospitalizado com um quadro de febre na quinta-feira (14) em um hospital na Barra da Tijuca e, após exames, os médicos detectaram uma bactéria. Porém, a causa da morte não foi confirmada.
Até o momento, não há informações sobre o velório do artista.
Maior melodista da Bossa Nova
Nascido em 11 de maio de 1933, Carlos Lyra era considerado o “maior melodista da Bossa Nova” por Tom Jobim (1927-1994) – embora ele fosse detentor do título. Ao longo da vida, Lyra compôs sucessos atemporais. Inclusive, em parceria com Vinicius de Moraes, ele compôs: “Coisa mais linda (1961)”, “Primavera (1964)” e “Minha namorada (1964).”
O artista foi revelado na voz de Sylvia Telles (1935-1965). Em 1959, ele gravou o primeiro álbum, que recebeu o nome de “Bossa nova”. E, ao longo da carreira, fez várias parcerias. Muitas de suas canções foram gravadas por cantores como Nara Leão, João Gilberto, Astrud Gilberto, Elis Regina, Brigitte Bardot, entre outros.
Em meio a trajetória, Lyra chegou a se afastar de Jobim e Ronaldo Bôscoli (1928-1994) por questões políticas. À época, ele chegou a sugerir o nome de “sambalanço” para sua música. No entanto, por uma questão mercadológica, ele mudou de ideia.
Em 1963, ele gravou o disco “The sound of Ipanema” em parceria com o saxofonista norte-americano Paul Winter, hoje com 84 anos. No ano seguinte, ele viajou ao lado de Stan Getz (1927-1991), também saxofonista e jazzista da bossa nova, pelos Estados Unidos (EUA). Mais recente, em 2010, ele compôs canções – com letras de Aldir Blanc – cerca de 20 – para o musical “Era no Tempo Rei”.