Assembleia Legislativa de Minas decide restringir acesso de jornalistas a deputados

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) publicou nesta terça-feira, 19, resolução que proíbe a presença de jornalistas na antessala do plenário.

A decisão surpreendeu a maior parte da imprensa, mas alguns deputados estaduais afirmam que já era um desejo antigo da Casa restringir o acesso dos repórteres.

A Mesa Diretora é composta pelos deputados Agostinho Patrus (PV), Antonio Carlos Arantes (PSDB), Cristiano Silveira (PT), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Tadeu Martins Leite (MDB), Carlos Henrique (PRB) e Arlen Santiago (PTB).

A entrada da imprensa já é proibida no plenário.

A antessala fica entre o plenário e esse espaço reservado para os deputados. Ela tem duas entradas: uma para o cafezinho e outra, do lado oposto, por onde geralmente os parlamentares a deixam sem que possam ser abordados. A antessala tinha a entrada permitida apenas para jornalistas credenciados, assessores de deputados, autoridades – como promotores e juízes que acompanham e pressionam para votação de projetos de interesse das categorias – e outras pessoas previamente autorizadas.

Sindicato

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais foi à ALMG na tarde desta terça tentar reverter a resolução. Em nota, o sindicato classificou as atitudes como uma das mais antidemocráticas da história da Assembleia.

Amirt

A Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), que congrega mais de 400 emissoras em todo o Estado de Minas Gerais, repudiou a decisão.

Segundo a Associação, a decisão é um ato fatídico, que fere a liberdade de imprensa e pode comprometer o trabalho de muitos jornalistas no local, que têm como papel principal informar a sociedade, com clareza e verdade.

NOTA OFICIAL do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais

Assembleia Legislativa quer impedir trabalho da imprensa

Começa hoje a vigorar uma das atitudes mais antidemocráticas da história da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A deliberação 2.700 da Mesa Diretora proíbe que os jornalistas tenham acesso à antessala do plenário. Além disso, para entrarem na sede do Legislativo, jornalistas estarão sujeitos a cadastramento prévio.

No local, tradicionalmente, as equipes de reportagem acompanham as votações no plenário e realizam as entrevistas com os parlamentares.

A proibição do acesso dos jornalistas à antessala é um desrespeito ao trabalho da imprensa, e, sobretudo, um desrespeito ao cidadão, pois dificulta que a informação seja transmitida para a a sociedade.

O argumento usado na deliberação é, no mínimo, tacanho: “Para garantia da ordem dos trabalhos legislativos, da segurança das pessoas e da defesa do patrimônio público”. Tão tacanho que se equivale ao discurso dos mais covardes ditadores.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais repudia essa deliberação e vai lutar de todas as maneiras para que ela não siga adiante.

Os deputados da mesa diretora que assinam essa deliberação deveriam ter vergonha de participarem de uma página tão sombria da história da ALEMG. A saber são os seguintes deputados: Agostinho Patrus (PV), Antônio Carlos Arantes (PSDB), Cristiano Silveira (PT), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Tadeu Martins Leite (MDB), Carlos Henrique (PRB), Arlen Santiago (PTB).

NOTA DE REPÚDIO da Amirt

Proibição de acesso à antessala da ALMG é inaceitável

A Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), que congrega mais de 400 emissoras em todo o Estado de Minas Gerais, repudia veemente a decisão tomada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em proibir o acesso da imprensa à antessala do plenário. A deliberação da Mesa 2.700/2019, composta pelos deputados Agostinho Patrus (PV), Antonio Carlos Arantes (PSDB), Cristiano Silveira (PT), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Tadeu Martins Leite (MDB), Carlos Henrique (PRB) e Arlen Santiago (PTB), foi publicada nessa terça-feira (19), no Diário Administrativo da Casa.

A Amirt considera a deliberação um ato fatídico e, que de certa forma, fere a liberdade de imprensa. Além disso, a decisão pode comprometer o trabalho de muitos jornalistas no local, que têm como papel principal informar a sociedade, com clareza e verdade. Desta forma, aguardamos que os deputados comprometidos com a sociedade permitam que esses profissionais da comunicação possam exercer seu trabalho com tranquilidade e liberdade.

Reiteremos ainda que esperamos que os deputados revejam esta decisão. Já que estes, prestam serviço a sociedade e o trabalho do profissional de imprensa é intermediar esta comunicação. Lembramos também que se estes deputados ocupam hoje seus cargos é, em parte, graças ao trabalho da imprensa e, claro, dos votos de seus eleitores.

“O exercício dessa não é uma concessão das autoridades, é um direito inalienável do povo.” Declaração de Chapultepec, de 1994.

Fonte: Itatiaia.com.br