A Secretaria de Estado de Saúde divulgou nesta quarta-feira, 9, a nota técnica sobre a supervisão que fez a uma sala de vacinação contra a covid-19 de Juiz de Fora. A análise foi feita por técnicos das Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica da Regional de Saúde da cidade.
Segundo o relatório da pasta, foram constatados alguns procedimentos realizados de forma inadequada em algumas etapas no processo de vacinação. Conforme a Secretaria, tais procedimentos podem comprometer a adequada utilização do insumo contido em cada frasco.
A ação ocorreu após a Prefeitura de Juiz de Fora relatar a perda de milhares de vacinas contra a covid-19 por supostos problemas em seringas e agulhas fornecidas pelo governo de Minas.
De acordo com a secretaria, durante a inspeção, que foi realizada no último dia 2, observou-se que a contagem de doses da vacina CoronaVac extraídas dos frascos é realizada por meio de processo que pode apresentar fragilidades. Foi identificado ainda, conforme a SES, a não observância da anotação do número de doses extraído em todos os recipientes.
A partir do relatório emitido pelos técnicos das Vigilâncias e com o objetivo de otimizar o uso dos insumos envolvidos na vacinação, foram recomendadas ações ao município, como implementar instrumento de registro das perdas técnicas e físicas na vacinação extramuros; realizar novo treinamento com as equipes de imunização com base nas orientações do fabricante da vacina CoronaVac; monitorar e avaliar as perdas técnicas/ físicas por unidade, lote e tipo de vacinador para que possam ser identificadas possíveis falhas.
A pasta informou ainda que, para qualificar o processo de investigação relacionado ao caso, foi realizada a coleta de 90 unidades de cada lote de seringas, na Central Estadual de Rede de Frio, para serem encaminhados à Fundação Ezequiel Dias (Funed). A instituição fará análises de rotulagem, teste de esterilidade e volumetria dos insumos, com previsão de 30 dias para conclusão.
Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora se posicionou sobre o relatório, manifestando satisfação ao citar um trecho do documento “ponto 02 do item QUATRO” que diz que a aplicação de doses obedece “as boas práticas de vacinação, não sendo observado o emprego de técnicas incorretas”. O mesmo item ainda ressalta que “não foi notado ajustes de dose fora do frasco ou excessivos”, além de atestar a presença de volume morto nas seringas. Para o Executivo, o relatório faz cair por terra a possível interpretação sobre imperícia no processo de aplicação de doses.
Ainda segundo a nota, sobre as recomendações sugeridas no documento, a Prefeitura manifesta interesse em estudá-las.
Como a Itatiaia já informou, a polêmica sobre as perdas técnicas de vacinas em Juiz de Fora veio à tona após denúncia do vereador Sargento Melo Casal (PTB), feita pelas redes sociais. Ele denunciou a perda de 17.789 doses, que corresponderia a 11,26% do total recebido. O município rebateu e disse que, deste montante, mais de 10 mil doses não haviam sido recebidas devido a uma incompatibilidade da seringa em relação ao frasco multidose da CoronaVac em alguns lotes.
Relatório