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The Best: Vini Jr. é escolhido melhor jogador do ano pela Fifa

Reprodução/Redes Sociais

O Brasil volta a ter o melhor jogador de futebol do mundo após 17 anos. Vinícius Júnior, do Real Madrid-ESP, recebeu nesta terça-feira (17) o troféu do The Best. O prêmio concedido pela Fifa ao melhor jogador da temporada. O evento, mais discreto do que o habitual, ocorreu em Doha, no Catar.

O brasileiro bateu o espanhol Rodri, do Manchester City-ING e campeão europeu com a Espanha em 2024, que o havia derrotado em outra premiação de destaque do ano, a Bola de Ouro, entregue no fim de outubro pela revista “France Football”. Houve bastante polêmica nessa decisão, inclusive com boicote do Real ao prêmio.

Vini Jr, foi a cereja do bolo de uma premiação com vários representantes do Brasil. No futebol feminino, a atacante do Corinthians e da Seleção Brasileiro, Gabi Portilho, estava na seleção da temporada. E a vencedora do Prêmio Marta, de gol mais bonito, foi a própria Marta, da Seleção Brasileira e do Orlando Pride.

O prêmio fair-play foi para o jogador Thiago Maia, do Internacional, pela atuação durante as enchentes no Rio Grande do Sul. O troféu para melhor torcedor foi para Guilherme Gandra Moura, o pequeno Gui, de 10 anos, apaixonado pelo Vasco.

Gratidão e exemplo, o discurso de Vini Jr.

O jogador mais votado em todo mundo, capitães e treinadores das 211 seleções, pelos jornalistas e pelos fãs. Esta foi a forma como Vinícius Junior, o Vini Jr, do Real Madrid e da Seleção Brasileira foi questionado sobre a importância de receber o The Best da Fifa, como o melhor jogador de 2024.

“Não sei nem por onde posso começar, porque era tão distante, parecia impossível chegar até aqui. Era uma criança que só jogava bola descalço na rua de São Gonçalo, perto da pobreza e do crime. E poder chegar aqui é algo muito importante para mim, que eu estou fazendo por muitas crianças que acham que é impossível que eles não possam chegar até aqui”.

“Eu quero agradecer a todo mundo que votou em mim, todos os treinadores, jogadores e jornalistas e uma parte dos meus fãs. É algo muito importante para mim. Não poderia deixar de agradecer à minha família que deixaram de viver o sonho deles para viver o meu sonho e fizeram de tudo para eu poder chegar aqui até hoje. Agradecer ao presidente, José Ángel, ao mister Carletto (Carlo Ancelotti), que sempre me ajudou muito. E também agradecer ao Júnior por ter confiando em mim quando eu tinha 16 anos. Ao meu time, eles fizeram eu chegar até aqui, fizeram em acreditar que poderia fazer a diferença, fazer grandes coisas junto com eles na temporada. Quero seguir por muito tempo jogando no Real Madrid, que é o maior clube do mundo. No final, eu não poderia deixar de agradecer ao Flamengo, que foi o clube que me botou no campo, nas ruas e onde eu cheguei até hoje é graças ao flamengo. Agradecer a todos os jogadores da Seleção Brasileira e ao meu país, que vem torcendo por mim e me dando muita força para eu poder seguir na minha luta”

O último brasileiro a ganhar o prêmio criado pela Fifa em 1991 havia sido Kaká, em 2007, quando atuava pelo Milan-ITA. Antes dele outros quatro craques brasileiros levaram o troféu para casa: Romário (1994), Ronaldo (1996, 1997 e 2002), Rivaldo (1999) e Ronaldinho Gaúcho (2004 e 2005).

Veja todos os premiados em 2024:

A estrela de Vini Jr.

Aos 24 anos, Vini se consolida como um dos grandes nomes do futebol mundial. Revelado pelo Flamengo, ele foi negociado em 2017 ao Real Madrid, aos 17 anos, por 45 milhões de euros. Ele se juntou ao time espanhol em 2018, e após um início irregular, hoje é titular de uma equipe estrelada com Bellingham, Mbappé e Rodrygo.

O jogador tem 284 jogos pelo time espanhol, com 96 gols. Foi duas vezes campeão Mundial de Clubes (2018 e 2022), duas vezes campeão da Liga dos Campeões (2021/2022 e 2023/2024), ganhou a Supercopa europeia (2022 e 2024), a La Liga (2019/2020, 2021/2022 e 2023/2024), a Copa do Rei (2022/2023) e a Supercopa da Espanha (2019/2020, 2021/2022 e 2023/2024).

Pela Seleção Brasileira são 37 jogos e apenas cinco gols. Com a camisa do Brasil, Vini disputou a Copa do Mundo de 2022, no Catar, mas como coadjuvante de Neymar.

Vini tem se destacado pelo combate ao racismo. Desde que chegou ao Real Madrid, o atacante tem sofrido com injúrias raciais em jogos, principalmente dentro da Espanha. Sua maneira em confrontar racistas gera controvérsia dentro do país, e antipatia de algumas pessoas, o que explicou também a derrota no prêmio Bola de Ouro, já que muitas pessoas o classificam como craque em campo, mas polêmico fora dele.

Os brasileiros vencedores do melhor do mundo da Fifa:

Evento marcado em cima da hora

O comunicado da Fifa na segunda-feira (16) de que anunciará nesta terça (17) os vencedores do The Best, seu prêmio de melhor do mundo, chamou a atenção por alguns motivos. É incomum a entidade marcar um evento tão importante de um dia para o outro e, normalmente, a festa ocorre em janeiro em formato grandioso, com centenas de convidados importantes do mundo do futebol e fora dele também.

A entrega em Doha não foi por acaso. O jantar de gala desta terça-feira (17) estava marcado para o Aspire Academy, na capital do Catar, um centro de treinamento super moderno (e com espaço para uma festa chique) desde setembro, quando a cidade foi anunciada como sede da fase final da Copa Intercontinental, o novo Mundial de Clubes anual da Fifa.

Só que esse jantar, a princípio, seria uma confraternização para celebrar o Intercontinental, na véspera da final, que será quarta-feira (18), no estádio Lusail, o mesmo da final da Copa do Mundo de 2022. A data marcará exatamente os dois anos da decisão do mundial de seleções conquistado pela Argentina, e a festa teria a presença de personalidades do futebol, dirigentes, políticos do Catar, entre outros.

Nos últimos dias, entretanto, a cúpula da Fifa começou a avaliar a possibilidade de anunciar também em Doha, neste jantar, os vencedores do The Best, que teve os finalistas divulgados em 28 de novembro. Inicialmente, a festa ocorreria em meados de janeiro, mas o modelo de entrega de fato estava em aberto para tentar evitar o que aconteceu em 15 de janeiro de 2024, quando o vencedor, Lionel Messi, simplesmente não apareceu para receber seu troféu.

Um evento virtual era uma solução que evitaria um esvaziamento e nova saia-justa, mas a ideia de fazer no Catar, em dezembro, aproveitando o jantar já previamente marcado, se consolidou apenas após a cúpula da Fifa conhecer o resultado do The Best.

Coincidentemente, Vinícius Júnior está em Doha esta semana com seu time, o Real Madrid, para encarar o Pachuca (MEX) na final do Intercontinental. A Fifa aproveitou para ter em seu evento o poderoso Real Madrid, que havia boicotado o Bola de Ouro, há pouco menos de dois meses.

Em 28 de outubro, Vini Jr. perdeu o Bola de Ouro, conceituado prêmio de melhor do mundo dado pela revista “France Football”, para o espanhol Rodri, do Manchester City.

O Real Madrid iria em peso ao evento, com boa parte de seus jogadores, mas decidiu boicotar de última hora ao saber que Vini não ganharia. Ter o Real em seu evento nesta terça seria, para a Fifa, um “golaço” contra a premiação “concorrente”.

O prêmio da Fifa

Em 1991, a Fifa criou o seu prêmio de melhor jogador do mundo. O primeiro vencedor foi o alemão Lothar Matthaus, pela campanha do tricampeonato mundial de sua seleção na Copa do Mundo de 1990, na Itália.

Entre 2010 e 2015, a Fifa e a France Football organizam juntos a premiação, o que transformou o prêmio de melhor jogador do mundo no “Fifa Bola de Ouro”.

Em 2016 o prêmio da Fifa virou The Best e, recentemente, agregou o Fifa Awards em seu nome. A entidade entendeu que a premiação cresceu e que não é apenas eleito o melhor jogador de futebol, mas também jogadora, treinadores, gol mais bonito (o Puskas e a Marta), etc

Kaká foi o último jogador a ganhar o prêmio da Fifa, em 2007, antes do reinado da dupla Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. De 2008 a 2023, em 16 edições, eles venceram em 13, oito vezes o argentino e cinco o português. Somente o croata Lukas Modric (2018) e o polonês Lewandowski (2019 e 2020) interromperam a hegemonia.

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