Sexual, física, psicológica: Atlas revela as violências mais comuns em cada fase da vida da mulher

Dados do Atlas da Violência 2024 revelam quais os tipos de violência mais comuns em cada fase da vida da mulher brasileira. O relatório, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, analisa seis tipos de violência: sexual, física, psicológica, múltipla, negligência e outras.

O levantamento divulgado nesta terça-feira (18), revela que na primeira infância, a principal violação contra meninas de 0 a 9 anos é a negligência (37,9%), seguida da violência sexual (30,4%). O principais autores da violência são os pais e mães.

Já entre as meninas de 10 a 14 anos, a violência sexual é a predominante, representando 49,6% das violações contra esse grupo. Isso significa que, proporcionalmente, as meninas de 10 a 14 anos são as principais vítimas da violência sexual no país. Crime cometido principalmente por pais e padrastos das vítimas.

Dos 15 aos 69 anos, a violência física prevalece entre as mulheres. Ela é normalmente provocada principalmente pelos pais, padrastos, namorados ou maridos, durante toda a vida adulta da vítima. Quando idosas, a partir dos 70 anos, as mulheres voltam a ser vítimas de negligência.

Dados são divulgados em meio a discussão sobre ‘PL do Aborto’

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (12), a urgência da tramitação do Projeto de Lei 1904/24, chamado de “PL do Aborto”. O projeto equipara a realização de abortos até a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio simples, em que a pena prevê de seis a 20 anos de prisão.

Se aprovado, a pena prevista para mulheres que abortarem, mesmo em caso de estupro, passará a ser maior que a de estupradores, que é de 6 a 10 anos. A proposta gerou protestos pelo país pela possibilidade de criminalização de mulheres e crianças.

Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, o autor do projeto, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que o PL prevê que meninas menores de idade terão que cumprir medidas socioeducativas por abortar, mesmo em caso de estupro.

Vale lembrar que, atualmente, a lei brasileira considera qualquer relação sexual com menores de 14 anos como estupro de vulnerável.

O aborto é permitido no país em três situações (sem restrição de tempo): quando a mulher corre risco de morte e não há outra forma de salvá-la; em casos de fetos com anencefalia (ausência de cérebro ou de parte dele); e em casos de estupro.