Quase 48 horas após o final do processo eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas eleições de 2022, fez seu primeiro pronunciamento nesta terça-feira (1º).
Em um discurso rápido, no Palácio da Alvorada, o atual presidente agradeceu aos votos recebidos no segundo turno das eleições, mas não parabenizou seu adversário, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito com 50,9% dos votos válidos no último domingo, 30.
Bolsonaro disse que as manifestações de caminhoneiros e apoiadores, que bloqueiam rodovias por todo o país, são fruto de “indignação e sentimento de injustiça”.
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, afirmou.
Bolsonaro também disse, no entanto, que os métodos “não podem ser o da esquerda, que sempre prejudicaram a população”.
“As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, com a invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade”, disse.
Mesmo sem citar o nome de Lula, Bolsonaro também se colocou como líder da oposição ao novo governo, ao dizer que a direita elegeu muitos representantes no Congresso Nacional.
“Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca, somos pela ordem e pelo progresso, mesmo enfrentando todo sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra”, disse.
“É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde amarela da Bandeira”, completou.
Respeito à Constituição
Em outro trecho do discurso, Bolsonaro disse que irá seguir a Constituição, embora não tenha citado a formação de um grupo de transição para que possa passar a faixa presidencial a Lula no dia 1º de janeiro de 2023.
“Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar as mídias e as redes sociais. Enquanto Presidente da República e cidadão continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição”, afirmou.