Policiais paulistas envolvidos em tiroteio com mineiros não poderiam fazer segurança

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Tiroteio aconteceu na sexta-feira, 19.

Os nove integrantes da Polícia Civil de São Paulo envolvidos na operação de troca de dólares por dinheiro falso que resultou na morte de um policial civil mineiro, em Juiz de Fora, cometeram também falta funcional grave, além dos crimes pelos quais quatro deles – dois delegados e dois investigadores – estão presos.

A Lei Complementar 2007/79 proíbe delegados e policiais civis de exercerem outro emprego ou função. Além disso, Magno Alves, Secretário de Segurança Pública de São Paulo, afirmou que os nove policiais civis do Estado são coautores dos crimes praticados na ação, incluindo a morte de um agente mineiro.

O delegado Rodrigo Castro Salgado da Costa, de 31 anos, do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil de São Paulo, um dos presos em Minas, faz parte de uma safra de delegados em início de carreira que têm atuado com destaque em algumas ações na capital paulista.

Ele é amigo do investigador Jorge Alexandre de Miranda, de 50 anos, lotado no Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), que por sua vez é meio irmão de Jerônimo da Silva Leal Junior, dono de uma empresa de segurança da capital.

Jerônimo tinha sido contatado pelo empresário Flávio de Souza Guimarães, interessado em levar uma quantidade expressiva de dólares até Juiz de Fora, e conversou com Jorge sobre o trabalho, pedindo que o ajudasse a recrutar policiais para ajudá-lo na escolta. O convite chegou a Rodrigo que, por sua vez, exigiu que outros policiais, seus amigos, participassem da operação, convidando o colega delegado Bruno Martins Magalhães Alves, de 30 anos, assistente do 95º Distrito Policial (Heliópolis/SP).

O negócio seria realizado no lobby de um hotel, próximo do Hospital Monte Sinai, mas o executivo mineiro Antônio Vilela não compareceu no horário marcado. Os paulistas chegaram a crer que não haveria negócio e os cinco agentes foram liberados para retornar a São Paulo. Antes que o resto do grupo se deslocasse, um dos negociadores mineiros informou que o dinheiro estava no estacionamento. O empresário, o delegado Rodrigo e Jerônimo foram até o local.

Conforme a versão dos policiais paulistas, que não é confirmada pela polícia mineira, Vilela estava no estacionamento acompanhado dos policiais civis mineiros, que lhe davam proteção. Foi quando se descobriu que os R$ 14 milhões levados para a troca com os dólares eram falsos. Imagens de câmeras instaladas no local mostram que Vilela tentou segurar o empresário Guimarães e Jerônimo reagiu, iniciando o tiroteio que matou o investigador mineiro Rodrigo Francisco.

As informações são da Agência Estado, por Itatiaia. E agora vamos com as informações de São Paulo, com Paula Rangel.


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