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Ozempic: medicamento só deve voltar às farmácias no início do próximo ano

Reprodução

Já faz um tempo que o medicamento Ozempic, usado no tratamento do diabetes tipo dois e tratamento da obesidade, está em falta no mercado. De acordo com a fabricante, o remédio vai continuar em falta até o final do ano no Brasil e em vários outros países ao redor do mundo.

O motivo é a alta demanda, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos, Gilvânio Rodrigues.

“Ele tem falta no mercado devido ao seu grande volume de vendas que vem acontecendo em um período de um ano. Ele tem sido um dos medicamentos mais vendidos no Brasil. E, na realidade, ele é um produto para diabetes tipo dois, mas que está sendo usado para emagrecimento. Isso aí é o grande fato dele estar tendo falta e o grande volume de vendas dele”, explica.

Troca com orientação médica

O medicamento custa caro, a versão de um miligrama custa cerca de R$ 1 mil. A endocrinologista Flávia Coimbra explica que existe a alternativa, mas a troca tem que ser feita com orientação médica.

“O medicamento chama-se semaglutida e existem duas formulações disponíveis no comércio brasileiro. o Ozempic, que já está há mais tempo, e recentemente agora nós tivemos o lançamento do outro produto, que é o Wegovy. A substância é a mesma, a diferença é que o Ozempic, a canetinha dele, vai até a dose de um miligrama, que é para o tratamento do diabetes, mas para as pessoas que precisam usar doses maiores para o tratamento da obesidade, a gente deve usar o Wegovy, porque a canetinha vai até um pouco mais de dois miligramas. No momento, a canetinha do Wegovy ainda não está em falta e o paciente que está usando o Ozempic pode mudar para o Wegovy, mas ele precisa consultar o médico direitinho, porque têm a concentração diferente, então o médico precisa orientar a dose que deve ser usada nessa transição”, destaca.

É importante destacar que a falta do medicamento pode causar impactos no tratamento do paciente com diabetes e do paciente em tratamento contra a obesidade.

“Em relação ao diabetes, o problema maior é o descontrole da glicose, então à medida que o paciente para de tomar o remédio na dose adequada, ele pode ter um pico de hiperglicemia, a glicose volta a subir e as complicações relacionadas ao descontrole do diabetes. Agora aquela pessoa que está em tratamento para perder peso, se ela para de tomar o medicamento, existe o reganho de peso quando suspende o tratamento. A gente tem que lembrar que a obesidade é uma doença crônica, ela precisa de um tratamento a longo prazo e o medicamento não pode ser suspenso de uma hora para a outra. É diferente do uso inadequado que tem sido feito por aí, as pessoas usando para perder uns quilinhos, e isso aí realmente não tem essa orientação adequada. Então quem está usando para tratamento de obesidade deve usar por longos períodos e aí entra em contato com o médico para ele orientar como que você pode usar esse outro medicamento que tenha o mesmo princípio ativo para que faça o ajuste na dose correta que o paciente vem usando para o tratamento de obesidade”, conclui a médica endocrinologista Flávia Coimbra.

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