O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou, na manhã desta terça-feira, 04 de abril, a operação Ressonância, que cumpre mandados judiciais de busca e apreensão nos municípios de Viçosa e Ervália.
A operação tem apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Regional da Zona da Mata, em conjunto com a 1ª Promotoria de Justiça de Viçosa e com as Polícias Civil e Militar do Estado de Minas Gerais.
A operação apura desvios de dinheiro público cometidos em desfavor do Hospital São João Batista, entidade privada sem fins lucrativos conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o promotor de justiça Breno Costa da Silva Coelho, coordenador do Gaeco, há indícios dando conta da participação de funcionários e ex-funcionários do hospital na prática dos desvios investigados, inclusive com a manipulação do sistema de controle financeiro da fundação.
Ainda segundo o Gaeco, em 2019, o Hospital São João Batista também foi vítima de desvios de recursos públicos, no importe de R$ 729.365,10. Na ocasião, uma servidora do hospital foi denunciada pelo Ministério Público pela prática de 114 crimes de peculato, que prevê pena de dois a 12 anos de prisão, além do pagamento do valor subtraído, acrescido da cobrança de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), a título de dano moral coletivo.
A operação desta terça-feira conta com a participação de promotores de Justiça, servidores do Ministério Público, policiais militares da Cia Ind. de Viçosa, policiais civis da Delegacia Regional de Viçosa, além dos policiais atuantes no GCOC da 4ª região PM.
Em nota assinada pelo presidente da Fundação Assistencial Viçosense, que administra o hospital, Joaquim Andrade Neto, foi informado que a nova administração, com o intuito de apurar inconsistências no controle financeiro, instaurou sindicância contra uma ex-funcionária em julho de 2022, após identificar os desfalques nos cofres do Hospital.
A documentação foi encaminhada para o Ministério Público, que iniciou a investigação junto com a polícia civil, que culminou na busca e apreensão ocorridas nesta manhã.
Ainda segundo a nota, documentos e informações foram recolhidos para apurar o desvio de recursos do Hospital. A fundação afirma que é de interesse que o crime seja apurado e os envolvidos, responsabilizados.
Nota na íntegra
“A Fundação Assistencial Viçosense, através da nova Administração e visando apurar inconsistências no controle financeiro da Instituição, instaurou sindicância contra uma ex-funcionária em julho de 2022, após identificar os desfalques nos cofres do Hospital encaminhou a documentação ao Ministério Público que junto a Polícia Civil iniciaram a investigação que cominou na Busca e Apreensão que aconteceu nessa manhã no Hospital São João Batista.
Durante a operação policial documentos e informações foram recolhidos para apurar o desvio de recursos do Hospital.
É do interesse da Fundação Assistencial Viçosense, que o crime seja apurado e que os envolvidos sejam responsabilizados, estamos alinhados com o Ministério Público e a Polícia Civil para trabalharmos em cooperação com as investigações.
Na oportunidade, reforça o compromisso com a qualidade da prestação do serviço de saúde e os esforços constantes em melhorar e capacitar toda a equipe do Hospital, e em caso de outras irregularidades as mesmas providências serão adotadas.
Joaquim Andrade Neto
Presidente da Fundação Assistencial Viçosense“