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Muriaé: Operação do Ministério Público investiga esquema de corrupção na Câmara Municipal

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‘Operação Catarse III’, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 23, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), tem como um dos alvos o diretor contábil e financeiro da Câmara Municipal da cidade. Ele não teve o nome revelado.

O objetivo da ação é combater crimes do colarinho branco na cidade. O MPMG apura a prática de diversos crimes contra o patrimônio público.

Foram cumpridos um mandado de prisão temporário e dois de busca e apreensão, sendo um na residência do alvo e outro na Câmara Municipal.

A investigação apura a existência de um complexo esquema criminoso conduzido por vereadores e empresários, com a emissão de notas fiscais frias para legitimar o pagamento ilícito de verbas de gabinete aos parlamentares investigados, inclusive no cenário de empresas registradas em nome de “laranjas”.

Ainda segundo o Ministério Público, estão sendo apuradas condutas de agentes políticos da Câmara Municipal de Muriaé que teriam compelido servidores públicos a repassarem parte de seus vencimentos aos investigados, inclusive coagindo-os a realizarem empréstimos bancários para a concretização dos delitos.

Desses servidores vítimas, alguns declararam que ficaram endividados e chegaram a adoecer em razão das ameaças indiretas feitas pelos envolvidos.

Ainda conforme as investigações, há indícios da ocorrência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, em especial quanto à contratação de empresas aparentemente de fachada pelo município de Muriaé, que pode ter gerado um dano superior a R$ 10 milhões.

Até o momento, foram apreendidos R$ 310.550,96 em cheques, R$ 77.228,30 em dinheiro, R$ 34.481,92 bloqueados judicialmente, dois caminhões, duas caminhonetes, um ônibus, seis automóveis, uma motocicleta e três reboques/carretinhas.

Além do Ministério Público, também participam da operação agentes das polícias civil e militar.

Em nota, a Câmara Municipal de Muriaé informou que a ação trata-se de desdobramento da primeira fase da Operação, realizada em novembro de 2021, e está ocorrendo de forma restrita ao Setor Contábil do Legislativo Municipal.

Ainda segundo a nota, não há qualquer mandado de busca e apreensão que envolva os gabinetes dos vereadores. Por isso, os demais setores estão em funcionamento normal.

Foto: MPMG

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