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Miss Universo MG tem mulher trans e mãe pela primeira vez na história

Candidata trans, Ariella Moura

Por Patrícia Marques – Itatiaia

Trinta e três mulheres irão concorrer ao título de Miss Universo Minas Gerais em 2023, que acontece em Juiz de Fora, na Zona da Mata, no próximo dia 30 de abril.

Coordenador do Miss Universo Minas Gerais pelo primeiro ano, Diley Almeida explica que o concurso neste ano está mais “diverso e acolhedor”. Afinal, tem pela primeira vez na história uma mulher trans, a Miss Universo Divinópolis, Ariella Moura, e uma mãe, a Miss Universo Patos de Minas, Tatiana Gonçalves. Diley as define, respectivamente, como: “mulher trans inspiradora” e “mãezona incrível”.

O Miss Universo, em toda a sua história, teve apenas duas mulheres trans: Jenna Talackova, Miss Canadá 2012, e Angela Ponce, Miss Espanha 2018.

Sonho

O sonho é o mesmo: ser a próxima Miss Universo Brasil e, quem sabe, a terceira Miss Universo na história da franquia. Afinal, o título apenas foi conquistado pela gaúcha Ieda Maria Vargas, em 1963, e a baiana Martha Vasconcellos, em 1968. Ou seja, o Brasil está há 55 anos sem ganhar a coroa.

Por outras franquias, há duas misses brasileiras consagradas as mais belas do mundo. Isso, considerando todo o conjunto, já que o concurso atualmente não se trata apenas de beleza física – elas também são avaliadas pela história e intelectualmente. São elas: a paulista Isabella Menin (Miss Grand International 2022) e a mineira Luma Russo (Miss Charm 2023).

Agora, as misses que concorrem pela coroa em Minas Gerais tentam chegar ao topo também pela franquia – a mais popular na terra do samba.

“No meu primeiro ano como coordenador do Miss Universo Minas Gerais, ter a possibilidade de fazer um concurso tão diverso e acolhedor é muito especial para mim. Quero que todas as mulheres mineiras sintam que o concurso é o lugar delas. Que no MUMG [Miss Universo Minas Gerais] elas poderão mostrar suas vozes e inspirar mulheres com histórias de vida parecidas”, comenta Diley – que trabalha há 11 anos com concursos de beleza.

Ele acrescenta: “Acredito que o fato da coordenação internacional ter permitido a participação de mulheres trans, casadas, solteiras e mães, transformou a franquia Universo em uma plataforma ainda maior de empoderamento feminino”.

Flexibilização

No dia 5 de agosto de 2022, Amy Emmerich, CEO do Miss Universo, anunciou a mudança das regras da competição. Com isso, a partir da data, mulheres casadas e com filhos podem participar do concurso. Apenas a idade, que é entre 18 e 28 anos, segue a mesma.

As candidatas ao título de mulher mineira mais bonita possuem entre 19 e 27 anos. No entanto, Diley esclarece que a figura da miss mudou. Não se trata apenas de atributos físicos. “A miss é porta voz, uma figura transformacional e inspiradora. Uma mulher que usa seu título e sua visibilidade para transformar para melhor tudo que estiver ao seu alcance. Hoje não se espera só que uma miss seja bela, espera-se comunicabilidade, empatia, empoderamento, sororidade e determinação”, conta.

Diley explica o que a organização do Miss Universo MG espera da futura representante do estado no concurso nacional. “Uma mulher que entenda o papel social que ela deve desenvolver, focada, que se comunique bem, e quando digo comunicar, falo de alma. MG quer uma miss que crie vínculos com seu público, que ao estar presente em algum lugar e discursar toque no coração do público e assim consiga ser a figura transformacional que a organização internacional e brasileira tanto busca. Queremos eleger aqui em Minas não só a Miss Universo Minas Gerais, queremos eleger aqui a futura Miss Universo”, destaca Diley.

Franquias

Talvez você já tenha ouvido falar nas franquias: Miss Mundo, Miss Grand International, Miss Charm, Miss Terra e tantas outras. Ou não, afinal, no Brasil, a mais popular é a Miss Universo.

Cada franquia busca um perfil de miss diferente, possui suas regras e tem suas próprias organizações.

No caso do Miss Universo, ele faz parte do “Big Four” ou “Grand Slam” ao lado do Miss Mundo, Miss Terra e Miss Grand International – como um dos quatro maiores concurso de beleza do mundo.

No Brasil, a Miss Mundo e a Miss Grand International são eleitas pelo Concurso Nacional da Beleza (CNB) – que organiza o evento e é responsável por enviar as misses brasileiras para os concursos internacionais.

Já a franquia do Miss Universo foi comprada pela empresária tailandesa Anne Jakapong Jakrajutatip, que é uma mulher trans, em outubro do ano passado. Cabe a esta organização definir as regras do concurso no qual as misses Universo Minas Gerais disputam.

Após vencer a etapa estadual, a campeã mineira segue para o Miss Universo Brasil. A eleita nesta etapa disputará o Miss Universo – que reúne mulheres de vários países do mundo.

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