O projeto Sistema de Contenção de Cheias do Rio Muriaé – que está engavetado – pode custar ao Estado de Minas Gerais a perda de R$ 300 milhões em verbas para a cidade de Muriaé (MG).
O projeto foi apresentado em 2014 como uma solução para as enchentes que assolam a vida de moradores da cidade e região.
Verba
Desde 2014, já foram liberados R$ 237,5 milhões de empréstimos da Caixa, com contrapartida de R$ 12,5 milhões do estado, mais R$ 50 milhões de fundo perdido. A afirmação é do ambientalista Fernando Martins de Araújo Costa, da empresa Ambiental, que coordenou uma equipe multidisciplinar para as licenças ambientais da obra.
Ele aponta a falta de vontade política como o principal entrave para a obra.
Prefeitura
A reportagem conversou com o atual prefeito da cidade, Grego, do Democratas.
Em sua primeira gestão frente à cidade, ele afirmou que o trâmite é entre o Estado e a União, sem gerência do município sobre os recursos.
De acordo com Grego, as cheias na cabeceira do Rio Muriaé atingem um rastro que vai de Muriaé, passando por cidades como Laje do Muriaé, Italva, Cardoso Moreira, Itaperuna até desaguarem no mar de Campos dos Goytacazes, já no estado do Rio de Janeiro.
O prefeito informou que se encontrou recentemente com o secretário de Estado de Infra Estrutura e Mobilidade, Marco Aurélio Barcelos Silva, e que aguarda um posicionamento oficial do estado sobre o caso.
Portanto, entre perda de prazos e burocracia, a realidade está marcada nos muros e ruas das casas vizinhas ao rio, seja pela marca da água barrenta ou pelos pedaços de móveis que viraram lixo. Uma situação que se repete a cada período chuvoso.
Fotos: Marcos Alfredo / FM Itatiaia