Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (17) mostram que Minas Gerais registra o menor índice de alfabetização entre os estados do Sudeste, uma região que se destaca com o segundo melhor desempenho do Brasil nesse aspecto. Apesar disso, o índice de analfabetismo em Minas, de 5,85%, fica ligeiramente abaixo da média nacional, que é de 7%.
Predomínio entre os Idosos
Em Minas Gerais, a disparidade entre as taxas de analfabetismo entre os idosos e os jovens é significativa. Em 2022, a taxa entre pessoas com 80 anos ou mais atingiu 28,67%, enquanto entre jovens de 15 a 29 anos, o índice foi de apenas 1,04%. O grupo etário entre 65 e 75 anos também apresentou uma taxa mais elevada, chegando a 17,17%.
Variação entre os Estados
No âmbito nacional, os estados com as maiores taxas de analfabetismo são Alagoas (17,66%), Piauí (17,23%) e Paraíba (15,96%). Em contraste, as menores taxas foram registradas em Santa Catarina (2,67%), Distrito Federal (2,77%) e Rio Grande do Sul (3,11%). A região Nordeste apresenta a taxa mais alta, atingindo 14,21%, enquanto o Sul do país possui o índice mais baixo, com 3,45%, superando a média nacional de 7%.
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais enviou nota a reportagem. Leia abaixo:
“Sobre os dados relativos ao Censo Escolar, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (17/5), a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) destaca que Minas vem reduzindo a taxa de analfabetismo, ao longo dos anos, com a implementação de políticas públicas voltadas para consolidação da alfabetização e letramento dos seus estudantes. A taxa de analfabetismo, que em 2010 era de 8,31% de estudantes com mais de 15 anos, passou para 5,85%, no ano de 2022, resultado que coloca Minas abaixo da média nacional.
Os dados refletem a realidade do estado como um todo, incluindo todas as redes: municipal, estadual e privada. Neste sentido, em colaboração com os municípios mineiros, o Estado pactuou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, com adesão de 100% dos municípios, mais uma iniciativa para garantir a alfabetização de todos os estudantes mineiros.
Além disso, cabe destacar que a rede estadual de ensino, desde 2019, prioriza as ações de fortalecimento das aprendizagens, a partir de intervenções pedagógicas, como o Reforço Escolar, que prioriza estudantes que ainda não consolidaram a alfabetização.
Vale lembrar que nos anos de 2020 e 2021, no período pandêmico, a SEE/MG desenvolveu atividades remotas para que seus estudantes continuassem a desenvolver as habilidades curriculares de ensino e aprendizagem, por meio dos Plano de Estudos (PET).
Outra ação foi a campanha de mobilização para estudantes que não concluíram seus estudos, para que pudessem retornar, a partir da Educação de Jovens e Adultos – EJA Novos Rumos. Nesta iniciativa, foi acompanhada a necessidade de garantir a alfabetização deste público.
Desde 2023, a pasta ainda vem desenvolvendo duas grandes ações que são: a recomposição das aprendizagens (pós- pandemia) e o agrupamento temporário. A primeira tem foco em ações pedagógicas voltadas para a retomada de habilidades que não foram desenvolvidas e que os estudantes precisam consolidar. Prioritariamente, as habilidades de alfabetização e letramento. Já a segunda prioriza uma intervenção pedagógica mais individualizada, focada na necessidade de cada estudante. Eles são organizados em pequenos grupos e acompanhados por um professor alfabetizador ou de Língua Portuguesa/Matemática, que desenvolve atividades direcionadas para sanar a defasagem de aprendizagem”.