A autora e jornalista investigativa juiz-forana Daniela Arbex se debruçou sobre a Tragédia do Ninho do Urubu e o resultado da apuração se tornou o livro-reportagem “Longe do Ninho” que já está disponível em pré-venda e será lançado no dia 5 de fevereiro pela Intrínseca.
No próximo dia 8 de fevereiro, serão cinco anos do incêndio em um contêiner-dormitório no centro de treinamento do Flamengo, que não tinha a estrutura adequada nem materiais antichamas. Vinte e quatro jogadores das categorias de base estavam no local. Dez morreram.
Eles se chamavam Athila Paixão (14 anos); Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas (14 anos); Bernardo Pisetta (14 anos); Christian Esmério (15 anos); Gedson Santos (14 anos); Jorge Eduardo Santos (15 anos); Pablo Henrique da Silva Matos, (14 anos); Rykelmo de Souza Vianna (16 anos); Samuel Thomas Rosa (15 anos); e Vitor Isaías (15 anos).
De acordo com a editora, a autora reuniu laudos técnicos, trocas de mensagens e e-mails, dados e relatos até então não divulgados, além de entrevistas feitas com todas as famílias das dez vítimas, sobreviventes, profissionais da perícia criminal e do Instituto Médico Legal (IML).
O livro traz um quadro completo e elucidativo da trajetória dos atletas, do caminho das chamas que atingiram temperatura superior a 600ºC e das consequências na vida de pessoas que se viram envolvidas em uma tragédia anunciada.
“Não escolho escrever sobre tragédias, mas sobre as omissões que causam tragédias, para que elas não se repitam”, disse Daniela Arbex, vencedora de dois prêmios Jabuti e do Prêmio Vladimir Herzog.
“Longe do Ninho” é o sexto livro da jornalista juiz-forana, que também escreveu Holocausto Brasileiro, Cova 312, Arrastados, Todo dia a mesma noite e Os dois mundos de Isabel.
Ninho do Urubu: STF recusa pedido para trancar ação penal
Como a Itatiaia divulgou, no dia 23 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido para trancar a ação penal sobre o incêndio no Ninho do Urubu que vitimou 10 atletas da base do Flamengo, em 2019. A ação penal tramita na 36ª Vara Criminal do Rio de Janeiro (RJ).
Tal recurso chegou ao STF pela defesa de Antonio Marcio Mongelli Garotti, ex-diretor do time carioca. Os advogados questionaram uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em março de 2022, a Corte já havia negado pedido igual.
No pedido inicial, a defesa argumentou falhas na investigação e que a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentava “contradições”. O STJ, no entanto, compreendeu que não havia indícios de vício processual.