Foi sepultado neste domingo, 20, no Cemitério Municipal de Juiz de Fora, o corpo do cantor e compositor Flavinho da Juventude, de 70 anos.
Ele estava internado no CTI do Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) e morreu após uma parada cardíaca.
Flavinho lutava há nove anos contra diabetes, doença que comprometeu seu estado de saúde nos últimos anos.
Flavinho da Juventude foi um ícone do samba de Juiz de Fora.
Em nota publicada nas redes sociais, a Funalfa lamentou a morte, definindo-o como um dos mais talentosos e requisitados nomes do samba contemporâneo de Juiz de Fora, tendo carimbado seu nome como autor ou co-autor mais de 40 composições.
Ele representou a Juventude Imperial, sua escola de coração, mas também a Turunas do Riachuelo e Águia de Ouro. Em parceria com Roberto Medeiros, criou “Zumbi, Rei Negro de Palmares”, que levou a Juventude Imperial ao tetracampeonato em 1973.
Como cantor, tornou-se conhecido pela alegria e versatilidade nos palcos de bares e casas de show, além de ser um dos mais tradicionais intérpretes de samba de Juiz de Fora.
Em 2014, celebrando cinco décadas como cantor e compositor, lançou o CD “Flavinho da Juventude – uma História de Vida”, financiado pela Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura.
A nota também lembra a trajetória artística de Flavinho, que foi construída junto com a militância social. Filho de mãe lavadeira, era analfabeto até os 21 anos. Foi engraxate e fez bicos em diversas áreas. Aos 52 anos de idade, formou-se em química pela UFJF e tornou-se professor.
Presidiu o Batuque Afro-brasileiro de Nelson Silva, foi membro do Conselho Municipal de Valorização da Pessoa Negra e do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência Física.
A Liga das Escolas de Samba de Juiz de Fora, Liesjuf, também emitiu nota definindo Flavinho como um lutador pelas classes sociais, deixa o mundo do samba triste com sua passagem para outro plano.