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Equipes encerram monitoramento eletrônico de onça-pintada

Equipes responsáveis pelo acompanhamento da onça-pintada encontrada em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, localizaram, neste mês de maio, o colar de monitoramento implantando no felino após a captura, encerrando a fase de rastreamento via GPS do animal.

O equipamento foi recolhido nos limites da área ambiental onde, com apoio de agentes do Instituto Estadual de Florestas (IEF), foi realizada a soltura do animal, em maio de 2019. O caso gerou repercussão nacional após a onça ser vista em diversos locais no perímetro urbano do município, causando grande alvoroço entre os moradores da cidade.


O colar de monitoramento foi implantado com o objetivo de realizar o acompanhamento do animal após a soltura e permitir o conhecimento de seus hábitos e movimentos diários, possibilitando o manejo adequado da população dessa espécie. O dispositivo, equipado com GPS e transmissão via satélite, estava programado para ser aberto automaticamente cerca de 12 meses após a implantação, por meio de um sistema denominado drop-off.


A diretora de Proteção à Fauna do IEF, Liliana Nappi, que participou das tratativas do processo de captura e soltura do animal, comemorou a localização do objeto. “Estamos felizes por saber que há indicativos suficientemente fortes de que a onça-pintada está viva e que esta história teve um desfecho de sucesso. O IEF forneceu apoio logístico aos pesquisadores durante o monitoramento do felino e seguirá acompanhando o animal por meio das pesquisas em andamento”, disse.


O Diretor Geral do IEF, Antônio Augusto Melo Malard destacou que “o achado é um indicativo importante de que a translocação do animal foi um sucesso, revelando que a atuação do IEF em parceria com as demais instituições nessa missão, foi positiva e de importantes resultados para a ciência e a sociedade, mas, sobretudo para a conservação da espécie”, disse.


De acordo com o professor da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ), Fernando Azevedo, que integra a equipe responsável pelo monitoramento do animal, há indícios capazes de confirmar que o colar encontrado pertencia, de fato, à onça-pintada capturada em Juiz de Fora.


Segundo o professor, somente o felino usava um colar com compartimento para GPS na cor branca. As outras três onças-pintadas catalogadas na região possuem o equipamento na cor preta. Além disso, o equipamento foi identificado cerca de sete quilômetros do local onde foi realizada a soltura em 2019, apontando para um território de uso do animal.


O dispositivo de monitoramento foi encontrado junto à carcaça de um tamanduá-mirim, provavelmente predado pela onça. “Pelos vestígios e manchas de sangue fresco da caça, foi possível estimar também que ela esteve no local se alimentando havia cerca de 12 horas. São sinais de que o animal está caçando e estabeleceu território na área onde foi solto”, afirmou o professor.


A onça-pintada continuará sendo monitorada por meio de câmeras instaladas nos arredores do local de soltura, e também pelas equipes do IEF, que farão o acompanhamento a partir de pesquisas realizadas na região.

Histórico

O primeiro registro da onça foi feito por um vigilante do Jardim Botânico de Juiz de Fora, no dia 25 de abri de 2019. A área faz divisa com uma unidade de conservação estadual administrada pelo IEF no município, a Área de Proteção Ambiental (APA) Mata do Krambeck.


Desde que o animal silvestre foi avistado nos limites do município, foi estabelecida uma cooperação interinstitucional para acompanhamento e atuação técnica conjunta formada pelo IEF, por meio do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Juiz de Fora, Campo de Instruções do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMAmb), Prefeitura de Juiz de Fora e a UFJF, gestora do Jardim Botânico.


Foram 18 dias acompanhando todos os passos do animal, com montagem de armadilhas e cuidados para a realização de uma captura segura, tanto para o animal quanto para a população do entorno dos locais onde a onça-pintada era avistada. O IEF, por meio do Cetas de Juiz de Fora, participou ativamente durante o processo de montagem das armadilhas e também na captura, além de realizar o transporte do animal até a área de soltura.


“Participamos de reuniões estratégicas para a captura do animal e promovemos encontros com a comunidade do entorno do Jardim Botânico para esclarecer sobre os procedimentos adotados e a necessidade de preservação do animal”, explica Glauber Barino, biólogo do IEF e coordenador do Cetas de Juiz de Fora.


Segundo o biólogo, a captura foi uma ação complexa que envolveu mais de 20 pessoas, dos diversos órgãos ambientais envolvidos. “Não havia como estabelecer um prazo e a expectativa, principalmente da população próxima às áreas onde a onça era vista, era de que fosse bem rápida a captura. Podemos dizer que realmente foi, se comparada a outras capturas de onças-pintadas. Sempre nos preocupamos com a saúde do animal e também da população ao redor”, disse.


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